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Publicado em 9 de junho/2021.
O Grupo Colaborativo dos Coordenadores de UTIs de Belo Horizonte faz um levantamento semanal há 63 semanas consecutivas da disponibilidade e ocupação de leitos de UTI para pacientes com COVID-19 em 32 UTIs dos hospitais públicos e privados de Belo Horizonte.
Os dados dessa semana (03 a 09 de junho de 2021) mostram um platô há cinco semanas em que o número de pacientes internados em leitos de UTI com COVID-19 de Belo Horizonte variou em uma sequência de 594 – 612 – 611 – 602 – 591, ou seja, com uma estabilidade em um nível de ocupação muito elevado. O recorde de leitos de UTI-COVID ocupados nesta série histórica foi de 894 em 07 de abril passado. Nos dois picos anteriores, os recordes foram de 555 em 22 de julho do ano passado e de 449 em 13 de janeiro deste ano, níveis bem abaixo do platô atual. É importante lembrar que este nível de ocupação da capacidade de assistência de terapia intensiva de Belo Horizonte com pacientes com COVID-19 ocorre às custas da disponibilidade de leitos de terapia para outras doenças críticas como doenças cardíacas, neurológicas, infecciosas, oncológicas, cirurgias complexas, trauma, etc. Isso significa que continuam ocorrendo óbitos por outras doenças de pacientes na fila por um leito de terapia intensiva, porque temos leitos demais alocados para pacientes COVID e pós-COVID (aqueles que ainda precisam de terapia intensiva mas não são mais contaminantes e estão em áreas não-COVID).
A taxa real de ocupação atual dos leitos de UTI disponíveis para COVID-19 é de 89% nos leitos do SUS e de 75% nos hospitais privados (81% se consideradas em conjunto).
Belo Horizonte tem 2,5 milhões de habitantes, está com 19,8% de sua população acima de 18 anos vacinada com duas doses (eram 19,3% na semana passada), mas continuamos mantendo um platô muito alto de cerca de 1000 casos novos confirmados por dia e entre 15 de 20 óbitos a cada dia (médias móveis de 7 dias). É possível que este nível de vacinação esteja justificando uma certa tendência de queda no número de óbitos apesar da manutenção do número alto de casos novos. A taxa de transmissão está abaixo de 1,0 nos últimos oito dias, o que é uma boa notícia sobretudo se for mantida assim nas próximas semanas.
Apesar disso, é necessário um esforço ainda maior de toda a população aumentando o nível de cuidados preventivos individuais e coletivos para reduzir mais rapidamente o nível de transmissão, tanto para evitar uma “terceira onda” que já ocorre em diversas outras capitais do país, mas também para viabilizar a volta das atividades escolares.
As medidas preventivas essenciais abaixo, quando adotadas de forma coletiva e rigorosa, podem ter um impacto bem mais imediato que a vacinação só vai conseguir nos trazer com mais de 60-70% da população vacinada:
1️⃣ Manter distanciamento mínimo de 1,5 metros das outras pessoas
2️⃣ Usar máscaras cirúrgicas ou artesanais (usar máscaras do tipo PFF2 em situações de maior risco, como no transporte coletivo)
3️⃣ Higienizar frequentemente das mãos (com água e sabão ou com álcool em gel)
4️⃣ Evitar entrar ou permanecer em ambientes mal ventilados onde estão várias pessoas (evitar aglomerações sobretudo em ambientes fechados)
5️⃣ Identificar e isolar rapidamente as pessoas com sintomas suspeitos e colocar em quarentena seus contatos.
Gráficos da evolução da ocupação dos leitos de UTI para pacientes COVID-19 em BH de abril de 2020 até hoje: