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Publicado em 28/3/2021.
Sinmed-MG e Sindibel unem forças e pedem, em caráter de urgência, reunião com o prefeito Kalil e secretário de saúde da capital
O agravamento da pandemia na capital mineira chega no momento mais crítico dos últimos dias. Superlotação nas UPA’s, sobrecarga de profissionais, pacientes no corredor aguardando vagas ou morrendo por falta de leitos. Esses são os relatos desesperadores de médicos e outros profissionais da saúde que estão na linha de frente dos atendimentos à covid-19, principalmente neste final de semana, dias 27 e 28 de março.
O sistema colapsou e as vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) direcionadas para cuidados com pacientes infectados com coronavírus estão além do esperado: taxa de ocupação geral de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede particular gira em torno de 107,5%, segundo boletim epidemiológico da noite de sexta-feira. A rede particular de BH detém taxa de 120% no que tange a ocupação de leitos de UTI Covid-19, e, portanto, está sobrecarregada.
A gravidade da pandemia tem sido manchete da imprensa mineira todos os dias e o Sinmed-MG tem falado diariamente sobre a situação, alertando que não se pode cruzar os braços; é essencial medidas rigorosas para a fase de recuperação do equilíbrio na saúde pública. As unidades de saúde estão com a capacidade de atendimentos esgotada, faltam profissionais, vagas nas UTIS, insumos insuficientes, além da sobrecarga de trabalho que traz estresse e revolta aos profissionais da saúde.
Tudo isso está gerando um outro sério problema: constantes ameaças, violências física e psicológica por parte dos pacientes e familiares que ficam muitas horas esperando por um atendimento. E a culpa é de quem? Certamente não é do profissional da saúde que está dando seu sangue para cuidar da saúde da população…
A situação tende a piorar mais ainda, já que as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade passaram a ser prioritárias para tratamento da doença, o que pode gerar um elevado número de pessoas à espera de atendimento em locais que já estão superlotados e menos profissionais que enfrentam uma rotina cruel, sem nenhuma pausa no combate à doença.
Além da preocupação com o risco de contaminação, eles vivem momentos tensos com pacientes agonizando nos corredores, falta de respiradores, leitos de UTIs e insumos.
“Estamos preocupadíssimos com a saúde em Belo Horizonte. É um cenário desesperador não somente nas UPAS pois os centros de saúde também estão lotados e os atendimentos do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) batendo recorde nos últimos dias”, destaca Fernando Mendonça, presidente do Sinmed-MG. De 14 a 20 de março, foram realizados mais de 1.000 atendimentos. Um aumento de 56% em relação à semana anterior.
Queremos respostas urgentes
Preocupados com a triste realidade e o temor de que Belo Horizonte torne-se a capital recordista de mortes por covid-19, o Sinmed-MG e o Sindibel solicitaram, no sábado (27/3/2021) em caráter de urgência, uma reunião com o prefeito Kalil e o secretário municipal de Saúde, Jackson Pinto, para tratar do colapso que vive o Sistema de Saúde nas UPAs, SAMU, HOB e Centros de Saúde de Belo Horizonte e as dificuldades que isto representa para os trabalhadores, usuários e familiares.
O presidente do Sinmed-MG diz: “Esperamos que os gestores agendem essa reunião com urgência. Ela é o sinal de alerta para unirmos forças a fim de solucionar essa triste situação que enfrentamos agora “.
O Sindicato destaca que não há mais como adiar medidas rigorosas para conter os avanços da pandemia e reforça que a população precisa continuar colaborando, evitando aglomerações e seguindo as medidas de higiene. Não basta cuidar apenas de você; é cuidar de todos os outros também!
Alguns trechos retirados da imprensa nos últimos dias
( Jornal EM- 23/3- Mateus Parreira)
“O colapso do sistema causa sentimentos contrastantes. Enquanto algumas pessoas lutam para encontrar vagas UTI para pacientes intubados, a dor e a angústia não são menores para os que conseguem”.
“O desespero de parentes de pacientes graves de COVID-19 tentando vagas em hospitais lotados se tornou um drama nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) de Belo Horizonte.
Jornal EM- 24/3- Mateus Parreira
“Superlotada, sem ter para onde transferir casos graves por falta de vagas em hospitais, a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Barreiro tem hoje o cenário mais assustador do colapso do sistema de saúde em Belo Horizonte, desde o início da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2).”
Itatiaia- 27/3/2021
“A resposta para a chegada dos profissionais é de 20 minutos. As seis bases do Samu espalhadas em pontos estratégicos da capital atendem aos pacientes dos nove postos de saúde da capital.
O gerente do Samu na capital mineira, Roger Lage, fala sobre o aumento neste período em Belo Horizonte. “O Samu observa um aumento exponencial e contínuo do atendimento. Algo que é coerente com a evolução da pandemia neste momento. Essa é uma dinâmica que, infelizmente, assola todos os níveis da gestão de saúde tanto no público como no privado”, esclarece.