Envio de denuncia

Preencha o formulário abaixo para enviar sua denuncia.



    ...

    (31) 3241-2811
    Home Notícias Conselho Municipal de Saúde/BH promov...

    Conselho Municipal de Saúde/BH promove live com secretários municipal e estadual de Saúde sobre colapso do sistema

    Publicado em 09 abril/2021.

    O Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMSBH) realizou hoje, dia 9 de abril, uma live com o tema “O colapso da saúde: e agora?”, tendo como convidados o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, e o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti.  Participaram a presidente do  Conselho Municipal de Saúde de BH, Carla Anunciatta, e o vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde, Ederson Alves da Silva.

     Ao iniciar a reunião, os conselheiros reforçaram a importância do Sistema Único de Saúde  e a necessidade de atuação conjunta entre os gestores municipal e estadual, juntamente com a participação popular para enfrentamento da Covid.  Carla Anunciatta destacou que “enquanto controle social  o objetivo não era constranger ninguém, mas  junto com o poder público pavimentar um caminho que coloque acima de tudo a preservação de vidas”.

    Em seguida, fez um retrato da situação no município e no Estado, com as principais dificuldades encontradas como falta de leitos de CTI, de insumos, demora na vacinação e falta de testagem, causando muitas mortes e sofrimento.

    Colocados os principais problemas, a presidente do CMSBH,  e que o Conselho faz as seguintes recomendações :  lockdow de pelo menos três semanas em todo o Estado, renda emergencial, subsídio para pequenos e médios empresários poderem manter seu negócio fechado, transporte coletivo mais eficiente para trabalhadores essenciais, um plano de “catástrofe” para socorrer UPAs e Samu,  divulgação diária da fila de leitos para CTI, mais vacinação e mais testagem. O conselheiro estadual,  Ederson Alves,  colocou que é preciso ampliar a onda roxa e a questão do hospital de campanha e dos insumos.

    Respondendo às questões, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, reforçou que essa é uma situação de guerra: “Embora tenhamos nos preparado cedo, antes do primeiro caso, jamais poderíamos prever essa catástrofe causada principalmente pelas novas cepas, levando à superlotação das UPAs e CTIs”.

    Questionado sobre a vacinação dos profissionais de saúde, Jackson Machado disse que o município tem feito todos os esforços para aquisição de vacinas, assim como de testes, sem sucesso. Enquanto isso, afirmou, “não temos autonomia para decidir quem é vacinado ou não. Essa é uma atribuição exclusiva do Plano Nacional de Imunização (PNI)  que estamos seguindo a risca. Então não é por vontade própria que o município não vacinou todos os profissionais de saúde. Belo Horizonte já vacinou 15% da população e 40 mil profissionais de saúde. Não fizemos mais porque não conseguimos vacinas nem do governo federal nem para comprar”, alegou.

    Destacou entre as providências do município a tentativa de tirar os casos de não Covid das UPAs, com a criação de centros regionais funcionando 24 horas, e a abertura de novos leitos que aumentaram de 101  unidades , em março /2020,  para os atuais 570. Segundo ele, existe uma preocupação  muito grande com a falta de financiamento do SUS: “O recurso que vinha do governo federal terminou em fevereiro.  A Secretaria  está trabalhando com déficit mensal de 40 milhões”.

    Informou que em março a média em Belo Horizonte era de 228 pessoas esperando por um leito de CTI, com registros entre 12 e 15 óbitos por dia nas UPAs, justificando que não existe mais espaço físico para novos leitos e nem profissionais da saúde em número suficiente.  Revelou que, hoje, a  grande preocupação  é a falta de kits de entubação,  o que levou por exemplo ao fechamento do Hospital Luxemburgo.

    O secretário estadual e ex-presidente da Fhemig, Fábio Baccheretti  disse que o Estado tem trabalhado muito na ampliação de leitos e  que, um dia após chegar à Secretaria, foi decretada a onda roxa. Segundo ele, a cepa P1, de Manaus,  é a mais prevalente em Minas, o que gerou um pico muito intenso e grande estresse nos hospitais.  

    Destacou  que a situação vem melhorando no Estado. Hoje são 573 pacientes aguardando leito em CTI, há uma semana eram quase 800: “A redução dos números traz um certo alento, com algumas cidades já com leitos vagos, embora a situação esteja muito preocupante ainda nas regiões  de Valadares e Divinópolis.  O óbito é o último indicador a melhorar”, afirmou.

    Em relação ao hospital de campanha, disse que os leitos de enfermaria não têm sido o maior problema, com taxa de ocupação em torno de 75%. Reforçou que a grande preocupação têm sido os insumos como o kit entubação que agora passou a ser fornecido pelo Ministério da Saúde, provocando uma descontinuidade na entrega: “Com isso,  a necessidade de redução de pacientes se dá principalmente em relação à falta de insumos não só deleitos”.

    Segundo ele, neste momento, não existe nenhum estoque de insumos, informando que será feita  uma auditoria para avaliar a situação para que  o Estado possa fazer uma distribuição da forma mais assertiva possível.

    Presidente do Sinmed-MG reforça importância de priorizar  a vacinação dos profissionais da saúde

    Para o diretor-presidente do Sinmed-MG, Fernando Mendonça, a iniciativa do Conselho Municipal de Saúde de reunir os dois secretários– municipal e estadual – foi muito importante para levar a discussão até  usuários, profissionais de saúde, membros de movimentos sociais e sindicatos, entre outros.

    Em relação à fala do secretário de Saúde, Jackson Machado,  Mendonça disse que o Sinmed-MG continua discordando da decisão da Prefeitura de Belo Horizonte de não priorizar os profissionais de saúde, destacando que a imunização desse público  é de extrema necessidade para que continuem a prestar a necessária assistência à população. Lembrou que, diferentemente de Belo Horizonte, vários municípios do interior do Estado já vacinaram praticamente todos os profissionais de saúde.

    Sobre o caos no sistema, Mendonça afirma que o Sinmed-MG já vinha alertando, antes mesmo da pandemia, para a necessidade das gestões reestruturarem  a saúde com mais profissionais, equipamentos e recursos necessários: “Nesse momento extremamente crítico, a nossa preocupação se volta para a falta de médicos e a necessidade de vacinação de todos eles, já que sem esses profissionais a saúde terá outros graves problemas.  A hora exige atitudes urgentes”.