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Publicado em 15 de outubro/2021
Ao se formarem, o que acadêmicos de Medicina precisam saber sobre o mercado de trabalho? Como melhor planejar esse momento e quando começar esse planejamento? Qual caminho seguir? Quais são os desafios de atuar na saúde pública, saúde suplementarm ser um autônomo ou uma Pessoa Jurídica? Fazer residência médica ou ser um médico generalista? Qual a realidade do mercado de trabalho hoje e o que está passando por um processo de transformação?
Essas são algumas das dúvidas e perguntas que a maioria dos formandos se faz ao concluir o curso. Para responder a essas questões, o futuro médico precisa conhecer as implicações de cada escolha, seus direitos e deveres. O principal objetivo do curso “Mercado de Trabalho” promovido pelo Sinmed-MG dia 9 de outubro foi exatamente esse: orientar os acadêmicos em seus próximas passos.
O curso contou com mais de 1.200 inscritos, o que mostra a relevância do tema e a preocupação dos jovens com o futuro que os espera. Foram 13 palestras, que juntas ofereceram um quadro bastante completo sobre o Trabalho Médico, levando todos a refletirem sobre os rumos da profissão.
As aulas começaram com uma história do trabalho médico, em que a principal mensagem foi: valorize-se. A realidade é que com cada vez mais médicos no mercado, a tendência é desvalorizar ainda mais a profissão, salários menores e desemprego.
Em seguida, a palestra “Entidades Médicas e o mercado de trabalho” abordou a função de cada entidade médica, destacando as atribuições exclusivas do sindicato na defesa da categoria e vários serviços oferecidos pela entidade. Entre outras iniciativas foram destacados a importância do sindicato nas negociações coletivas de trabalho e o recém- fundado “Núcleo de Combate ao Exercício Ilegal da Medicina”, que disponibiliza a médicos e pacientes um canal para acolher denúncias sobre a prática irregular de atividades que são exclusivas dos profissionais com formação em Medicina.
Na palestra “Panorama do mercado de trabalho médico”, foi destacado que com os salários cada vez menores, hoje o médico tem que trabalhar cada vez mais para compor sua remuneração, sob um cenário de pressão da mídia e do paciente, condições de trabalho ruins, entre outros problemas. Com base na Demografia Médica do CFM, todos conheceram as especialidades mais procuradas, valores de remuneração, onde trabalham os médicos, escolas médicas, vínculos de trabalho, entre outros aspectos.
Ao falar dos desafios para os jovens médicos, foram abordados os efeitos da tecnologia sobre o trabalho médico, que deve ser vista como uma aliada, sem que isso deteriore as relações médico-paciente. O mercado de trabalho hoje é muito dinâmico e cheio de inovações. Como eu me enquadro nisso é a pergunta que todos devem se fazer.
O aprimoramento profissional foi um dos temas, sendo explicadas as diferenças entre residência médica, pós-graduação e estágio, do ponto de vista jurídico e que repercussão isso pode trazer na vida profissional do médico. Foi reforçado que o título de especialista só é conferido a quem fez Residência Médica ou prova de título com registro no CRM e os problemas que o uso incorreto dessa condição podem acarretar. Ter esse conhecimento é fundamental para que o acadêmico faça a escolha certa de acordo com os seus objetivos.
Os acadêmicos também tiveram uma aula sobre os diferenciais do marketing médico, em que foi colocada a importância da comunicação bem feita desde os tempos de estudante visando formar uma imagem séria e de credibilidade. O tema se estendeu para o que “pode ou não pode” segundo o código de ética médica do CFM.
Também abordada de forma bastante clara a questão do planejamento previdenciário, que, segundo a especialista, deve começar desde cedo. Foram dadas dicas preciosas para que o médico faça um acompanhamento desde o início do seu “patrimônio previdenciário”.
Vínculos empregatícios, LGPD, Judicialiação
No campo do Direito, as palestras foram muito informativas, permitindo ao jovem médico ter uma visão geral dos diversos vínculos trabalhistas – esfera pública, privada, cooperativas, Pessoa Jurídica, os riscos e as vantagens de cada uma.
Com o objetivo de contribuir para decisões mais embasadas, a palestra sobre o médico servidor público mostrou os tipos de relação que o profissional pode estabelecer com a Administração Pública. Pesquisa realizada para Demografia Médica 2018 do CFM mostrou que 46,7% dos médicos recém-formados optariam por trabalhar no setor público, se fossem oferecidas as mesmas condições de salário e de trabalho do setor privado.
Ampliando as informações, foi abordado o trabalho médico na iniciativa privada e saúde suplementar com as formas de contratação, entre elas, empregado celetista (carteira de trabalho), autônomo (RPA) e cooperativas médicas. Sobre o trabalho como Pessoa Jurídica, cada vez mais comum, foram destaque os cuidados que o médico deve ter nessa condição para não correr riscos.
Outra tema muito atual foi a questão da Lei Geral Proteção de Dados, publicada em 2018 e vigente desde setembro de 2020, estabelecendo parâmetros e atenção para o uso seguro de informações pessoais confiadas a empresas e profissionais liberais. O descumprimento da Lei 13.709 pode gerar várias sanções. Foi destacado que a área da saúde é uma das mais afetadas, por trabalhar com dados sensíveis, e os cuidados que são necessários.
Outro tema interessante foi a questão da judicialização, em que a expositora deixou claro o papel dos médicos para diminuir as denúncias que crescem a cada dia. Reforçou a questão dos apelos da indústria da saúde e de compreender a realidade vivida pelo paciente, para que ele não tenha que recorrrer a judicialização em busca de uma medicação, exames, procedimentos.
Em suma, o curso deixou bem claro a importância de planejar a vida profissional desde aos tempos de acadêmicos, para que ela seja o mais bem-sucedida e satisfatória possível, sob todos os aspectos. Com certeza, os participantes saíram fortalecidos para o futuro e em melhores condições de enfrentar os desafios que os esperam.
É importante destacar que todas as aulas foram proferidas por profissionais muito capacitados e experientes, que conhecem e trabalham com o dia a dia dos médicos. Além dos diretores do sindicato e coordenadora da área de comunicação, o evento contou com palestras de oito advogados de escritórios parceiros. Os palestrantes reforçaram por várias vezes que o acadêmico não está sozinho e pode contar com o sindicato.
Representando os acadêmicos, Antônio Mascarenhas, presidente da SAMMG – Sociedade dos Acadêmicos de Medicina de Minas Gerais, falou da importância da parceria com as entidades médicas, com as quais a Sociedade comunga os objetivos de zelar pela boa prática médica e trabalha para que o acadêmico esteja preparado para o mercado de trabalho.
FILIAÇÃO PARA ACADÊMICOS S E FORMADOS ATÉ UM ANO É GRATUITA
Para se filiar ao sindicato os acadêmicos são isentos de taxa, assim como também é gratuita a filiação para os formandos com até um ano da data de inscrição no CRM-MG.
PROGRAMAÇÃO:
• A história do trabalho médico – Andréa Donato – conselheira fiscal efetiva
• Entidades Médicas e o Mercado de Trabalho – Maurício Góes – secretário-geral
• Panorama do Mercado de Trabalho Médico – Samuel Pires – Diretor de Relações de Trabalho Médico de Família e Comunidade
• O marketing do médico – Rosângela Costa, coordenadora de Comunicação
• Especialização Médica- Estágio acadêmico, residência médica e especialização stritu senso – Fabíola de Souza, diretora de Saúde do Trabalhador
• Formas de trabalho médico junto à administração pública – Mariana Lobato – Assessora Jurídica (Braga Lobato Sociedade de Advogados)
• Formas de trabalho médico na esfera privada – Cristiano Pedrosa – Assessor Jurídico (Braga Lobato Advogados)
• Formas de trabalho médico no terceiro setor – João Saul – Assessor Jurídico (Braga Lobato Sociedade de Advogados)
• A Judicialização da saúde: demanda crescente e implicações – Paloma Marques – Assessora Jurídica (Braga Lobato Sociedade de Advogados)
• As responsabilidades na constituição de Pessoa Jurídica – José Costa Jorge, assessor Jurídico (Costa Jorge Advocacia e Consultoria)
• Reflexões sobre as diferenças entre residência médica e pós-graduação lato senso na prática -Paloma Marques (Braga Lobato Sociedade de Advogados)
• LGPD – Implicações e cuidados no armazenamento de dados -Giordano Adjuto ( Health Data Privacy Office -HDPO)
• Planejamento da aposentadoria do médico e demais benefícios previdenciários – Kátia Fonseca – Escritório KFF