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Publicado em 21 de Outubro de 2020
Médicos plantonistas de Clínica Médica do Pronto Atendimento do Hospital de Clínicas da Universidade de Uberlândia (HCU-UFU) se reuniram virtualmente com o Sindicato dos Médicos do Estado de Minas Gerais (Sinmed-MG), dia 19 de outubro, para relatar situações de falta de transparência e diálogo com o gestor, equipes incompletas, falta de condições de trabalho, gerando desassistência da população e apreensão na categoria médica. O PA foi descrito como “um campo de guerra”.
Participaram da reunião pelo Sinmed-MG, o diretor de Formação Sindical e Filiação, Marconi Moura, e os advogados Nelson Santos, da assessoria Jurídica em Uberlândia, e Cristiano Pedrosa, da assessoria Jurídica em Belo Horizonte e sócio do escritório de advocacia parceiro do Sinmed-MG.
Referência regional de alta complexidade, o Hospital de Clínicas de Uberlândia é um dos maiores hospitais do país, com 500 leitos, atendendo uma média de 3 milhões de pessoas. Foi destacado que os médicos que atuam no PA são um ativo importante da instituição, pessoas comprometidas e com vasta experiência.
Entre os problemas relatados, estão:
– escalas incompletas e súbita imposição de uma nova escala para outubro sem transparência e diálogo nos critérios de remanejamento;
– valor pago pelo plantão adicional nos finais de semana (extrapolando a carga horária dos médicos), sem o pagamento do adicional de hora extra;
– além do Pronto Atendimento ser “porta aberta”, a sala de estabilização acaba funcionando como UTI, também sob responsabilidade dos plantonistas;
– Pronto Atendimento recebe os casos mais graves da região, sempre lotado e o fluxo de atendimento não é ajustado à falta de pessoal;
– problemas na organização do fluxo e na regulação municipal, obrigando muitas vezes o paciente a esperar na ambulância por falta de monitores ou leitos;
– más condições de trabalho: alojamentos em péssimas condições, mobiliário sucateado, má higienização, entre outros problemas;
– dificuldade de fixar profissionais na equipe, diante dos vínculos precários e más condições de trabalho.
A reunião deliberou pela interpelação inicial da Diretoria Técnica sob o aspecto ético-profissional, mostrando o risco que estão assumindo ao expor sua equipe à mudança intempestiva de escala (não recomendada pelos Conselhos) e à sobrecarga de trabalho, expondo os pacientes a má assistência e o profissional ao risco de erro.
No documento, o sindicato solicitará audiência com o diretor técnico e o diretor administrativo, manifestando o desejo de intermediar as negociações e obter o melhor acordo entre as partes para que a equipe possa ser recomposta, reorganizada e com a escala completa.