O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, entidade representativa da categoria médica atuante na rede de saúde pública e privada, tomou ciência, por parte dos médicos, quanto ao fechamento do Hospital Galba Veloso bem como dos atendimentos da unidade às urgências e emergências psiquiátricos, o que nos causa grande preocupação.

Nossa entidade entende que o atual momento de pandemia da COVID-19 é temeroso e traz esforços financeiros e administrativos para concentrar profissionais nos atendimentos à doença. Entretanto, também sabemos que são crescentes os casos de pacientes do hospital em tratamento somado aos outros que, em função dos temores da pandemia, estão com a saúde mental abalada e apresentam sintomas psiquiátricos.

Lembramos que o Hospital Galba Veloso é uma unidade assistencial especializada no atendimento em urgência à saúde mental a adultos de ambos os sexos e continua sendo uma referência para os pacientes pois além dele, existem apenas outros dois hospitais psiquiátricos públicos no estado.

O hospital também assume importante papel dentro da Rede de Atenção Psicossocial – RAPS da Região Metropolitana de Belo Horizonte, por ser a unidade hospitalar mais estruturada e capacitada para atender os pacientes em crises psicóticas aguda.

Com o fechamento do Hospital Galba Veloso haverá desassistência de muitos pacientes. Aqueles com crises graves não serão capazes de entender ou cooperar para o isolamento social do momento e os que estão como suspeitos de infecção por COVID-19 podem colocar em risco a vida deles e dos familiares, sem o acompanhamento psiquiátrico adequado.

O Sinmed-MG entende que, no atual momento, não se pode ignorar a saúde mental das pessoas e a falta de um hospital de assistência, com leitos disponíveis, pode gerar problemas em outras unidades de saúde, com alta demanda de pacientes descompensados, o que coloca em risco a população e os profissionais de saúde.

Nossa entidade, assim como os médicos do Hospital Galba Veloso, espera o apoio e sensibilidade do governador e demais autoridades públicas, no sentido de reavaliar tal medida, considerando os impactos e as graves consequências para a saúde dos atuais pacientes assistidos pelo hospital, além dos demais casos que possam necessitar de atendimento.

Sinmed-MG, 8 de abril 2020