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    SINMED-MG ENTREVISTA: Carlos Eduardo Amaral, secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais

    Publicado em 12 de fevereiro/2021.

    Em entrevista concedida ao Boletim COVID/Sinmed-MG o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, reforça que a política de vacinação em Minas segue as diretrizes do Plano Nacional de Imunização (PNI), incluindo os profissionais de saúde;  e que o governo tem feito sua parte em relação à logística da distribuição de vacinas, para que cheguem com agilidade aos 853 municípios mineiros.

    As principais críticas em relação ao Plano de Vacinação do governo, segundo o Conselho Estadual de Saúde, são a falta de datas e cronograma de grupos. O que o sr tem a dizer sobre isso?

    O Plano de Contingenciamento para Vacinação contra a Covid-19, criado pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), está em execução desde setembro do ano passado. O objetivo da antecipação foi se precaver quanto a possíveis faltas no mercado, devido à alta procura por insumos.

    Nossa intenção sempre foi a de preparar a rede de Saúde e orientar os municípios para o momento em que a vacina estivesse disponível. O Estado adquiriu 50 milhões de seringas agulhadas para aplicação das doses de vacinas e 671 câmaras refrigeradas para armazenamento dos imunizantes.

    Somos um Estado com 853 municípios, portanto é fundamental termos condições de fornecer insumos, distribuir adequadamente as doses e, inclusive, fazer o acompanhamento pós-vacina. Ressaltamos que estamos fazendo a maior campanha de vacinação de todos os tempos em Minas Gerais. As vacinas chegam ao Estado, são levadas para a Rede de Frio, de ondem após conferência, são enviadas para as 28 Unidades Regionais de Saúde, com muita rapidez.  Esse fluxo bem definido e ágil viabiliza a vacinação em todo o Estado.

    E em relação ao cronograma de grupos?

    Em relação ao cronograma, é complicado julgar, uma vez que existe uma escassez mundial de vacinas. Mas, já temos sim os grupos definidos e quem os define é o Programa Nacional de Imunizações – PNI, https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/janeiro/23/segundo-informe-tecnico-22-de-janeiro-de-2021.pdf

    Em razão de não existirem vacinas para todos os brasileiros, o Ministério da Saúde fez uma divisão levando em consideração a redução da morbimortalidade causada pelo coronavírus, bem como a manutenção do funcionamento da força de trabalho dos serviços de saúde e a manutenção dos serviços essenciais. Assim, teve como objetivos principais: vacinar os grupos de  maior risco de desenvolvimento de formas graves e óbitos; os trabalhadores da saúde para manutenção dos serviços de saúde e capacidade de atendimento à população; os indivíduos com maior risco de infecção e os trabalhadores dos serviços essenciais.

    O sr. afiançou ao Conselho Regional de Medicina que toda a classe médica seria vacinada  ainda em fevereiro.Como está esse processo?

    O Ministério da Saúde iniciou a campanha nacional de vacinação contra a Covid-19 em 18 de janeiro de 2021, com um total de 6 milhões de doses da vacina Sinovac (Butantan). De acordo com o quantitativo disponibilizado, na primeira etapa da campanha foram incorporados os seguintes grupos prioritários: pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência (institucionalizadas); pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência, residentes em residências Inclusivas (institucionalizadas); população indígena que vive em terras indígenas homologadas e não homologadas; e 34% dos trabalhadores da saúde – foco principal em trabalhadores da linha de frente da Covid-19.

    Qual a orientação para a vacinação de profissionais de saúde?

    Como não é possível vacinar 100% dos trabalhadores da saúde, foi facultado aos Estados e municípios a possibilidade de adequar a priorização conforme a realidade local, a serem pactuadas na esfera bipartite (Estado e município), conforme a seguinte orientação:  equipes de vacinação que estiverem inicialmente envolvidas na vacinação; trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados, tanto da urgência quanto da atenção básica, envolvidos diretamente na atenção/referência para os casos suspeitos e confirmados da Covid-19; demais trabalhadores de saúde.

    Na segunda remessa de vacinas que chegaram dia 24/01 os públicos preferenciais seguiram os mesmos da primeira remessa. Já agora, com a remessa que chegou dia 07/02, as doses serão utilizadas para vacinar pessoas com 90 anos ou mais, de acordo com as diretrizes do Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde (MS), além da continuidade da imunização dos trabalhadores de saúde, cujo percentual de atendimento é de 6%, totalizando 73% desse público.

    Como está a previsão para vacinação dos médicos da saúde suplementar e dos que estão afastados por serem do grupo de risco?

    Os critérios de vacinação foram explicados acima.

    O governo estadual tem algum plano para adquirir vacinas independentemente do governo federal? Se tem, como estão essas negociações?

    O Ministério da Saúde tem enviado, desde o dia 18 de janeiro, doses de vacinas para imunizar a população conforme público prioritário definido por fase.  Neste momento, seguimos aguardando essas doses e as orientações do PNI.

    Em relação à qualificação da rede de saúde pública do Estado, o que o sr. destacaria?

    Aumentamos o número de leitos de UTI em cerca de 95% e de enfermaria em aproximadamente 80%. Além disso, foram adquiridos 1.047 respiradores para auxiliar os municípios no enfrentamento à pandemia.

    Como o governo de Minas está se preparando caso as novas linhagens cheguem em Minas?

    A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realiza a vigilância genômica para identificar possível circulação de novas variantes do coronavírus no território. Desde o dia 21/1/2021, o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen-MG) passou a integrar um dos quatro laboratórios da Rede Nacional de Sequenciamento Genético para a Vigilância em Saúde, parte do Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (SISLAB), de acordo com orientação do Ministério da Saúde. Assim, a SES-MG, por meio da Funed, segue realizando a vigilância genômica para identificar a circulação da variante no Estado.

    Estão acontecendo muitas queixas de falta de informação sobre a questão da vacinação dos próprios médicos e da população em geral. Quais as providências tomadas nesse sentido?

    A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulga, diariamente, informações e notícias sobre todos os assuntos pertinentes à promoção da saúde, prevenção a doenças, incluindo atualizações acerca da pandemia da Covid-19, em seu site: https://www.saude.mg.gov.br/ , nas mídias sociais e por meio de parcerias com pessoas físicas e jurídicas, feitas por sua equipe de Mobilização Social. Dados sobre a vacinação podem ser acessados no site da Secretaria, no painel vacinômetro. https://coronavirus.saude.mg.gov.br/vacinometro. Vale lembrar que o papel de vacinar é do município, dúvidas relacionadas ao ato da vacinação, devem ser verificadas junto às prefeituras.

    Quais as lições já aprendidas com a pandemia em relação à gestão da saúde em Minas?

    Planejamento eficiente garante resultados satisfatórios. Antes de Minas ter o primeiro caso confirmado da Covid-19, a Secretaria de Estado de Saúde, juntamente com o Governo do Estado, iniciou o planejamento de ações, prevendo demandas difíceis de cenários desafiadores.  Já em janeiro/2020 criamos  o   Centro de Operações de Emergência em Saúde, que foi fundamental para o monitoramento dos casos e para atuação na tomada de decisões. Em fevereiro, apresentamos o Plano de Contingência para Emergência em Saúde Pública Covid-19. Em abril, lançamos o Programa Protege Minas, que garantiu Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para profissionais de saúde que trabalham na linha de frente contra a Covid-19 no Estado e o Minas Consciente. Em maio, o Governo disponibilizou, gratuitamente, o aplicativo Saúde Digital MG – Covid-19, para auxiliar os cidadãos a realizarem autoavaliação de saúde com foco no coronavírus e direcionamento para o acesso à rede de Saúde do Estado.

    Diante do novo cenário, como o sr vê o futuro da saúde no Estado?

    Sairemos mais fortalecidos dessa pandemia. Os investimentos deixarão legado para a sociedade mineira, um SUS mais amadurecido e um atendimento mais estruturado.

    Que recado o sr. mandaria aos médicos neste momento?

    Primeiro, gostaria de agradecer e parabenizar a todos os profissionais que atuaram e estão atuando na linha de frente da Covid-19; também os que de alguma maneira, estão sendo impactados pela pandemia. Estamos todos juntos, lutando nesta guerra contra o vírus que causou mudanças drásticas no modo de viver de todo o planeta. Agora, estamos em outra fase desse processo pandêmico, não podemos desanimar e, por isso, temos que unir forças para juntos, fortalecermos nossas ações e seguir enfrentando tamanho desafio com saúde e coragem.