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    Sinmed-MG questiona situação da COVID-19 em Minas Gerais: governo precisa tomar ações efetivas para conter a pandemia e mostrar transparência na divulgação dos dados reais da doença

    22 de julho/2020——— Diariamente, a população mineira e os profissionais da saúde se deparam com números incertos e duvidosos em relação à pandemia da COVID-19 em Minas Gerais. O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) está acompanhando de perto toda a situação e destaca a necessidade urgente de ações e dados reais no estado para controle da doença.

    A insegurança, medo e falta de transparência preocupam o sindicato e a categoria médica que luta com mais intensidade, nesse momento, para dar a melhor assistência aos pacientes contaminados ou suspeitos da COVID-19.

    Já tem sido alvo de críticas de especialistas, as estimativas do governo desde abril sobre o pico da doença e o número de mortes previstas. Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia analisaram dados dos sistemas oficiais do governo, como informações de registros cartoriais e do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), para tentar estimar a dimensão da crise sanitária no estado e sugerem que os números oficiais usados para flexibilizar as quarentenas sejam avaliados com cuidado, considerando que exista a subnotificação.

    Nessa pesquisa, os dados mostram que a doença pode ter começado a fazer vítimas no estado um mês antes da primeira morte registrada oficialmente. “Nós observamos esse aumento que a gente chama de excesso de mortes na semana epidemiológica número dez, que equivale ao início de março. Só que o registro oficial do primeiro óbito da COVID em Minas ocorreu no final de março. Teríamos, portanto, um mês do início desse excesso de Síndrome Respiratória Aguda Grave que, potencialmente, poderia ser casos da doença sem o diagnóstico específico”, afirmou um dos especialistas.

    Em entrevista à imprensa, em maio/2020, o governador admitiu que havia subnotificação de casos de infecção pelo novo coronavírus em Minas Gerais (12 de maio/2020-Portal R7). A mesma matéria mostrou que um estudo da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) apontou que esses números poderiam ser até sete vezes maiores. 

    Dados divergentes e poucos testes

    A imprensa também mostrou nos últimos dias que os números de casos suspeitos e confirmados divulgados pela SES-MG têm sido diferentes dos anunciados diariamente em boletins de prefeituras. “Sobre isso, a secretaria informou que, assim que o caso suspeito é identificado pelo serviço de saúde, é realizada uma triagem com o paciente de acordo com dados clínicos e epidemiológicos, auxiliando na tomada de conduta de interação ou isolamento domiciliar. O profissional de saúde entra em contato com o CIEVS-Minas ou Unidade Regional de Saúde para discussão do caso” (Portal G1).

    Nessa rota, Minas Gerais fecha o primeiro semestre como o Estado que menos realizou testes para o coronavírus no país: 170 por 100.000 habitantes, índice cinco vezes menor que a média nacional (845).  E, então, nossas estatísticas foram mal divulgadas? Houve falta de dados?

    E agora, vivenciamos um momento no qual o estado já registra recordes de mortes diárias, que reafirmam nossa preocupação com a falta de preparo do governo. No último boletim, em 22 de julho/2020: nas últimas 24 horas foram confirmadas 95 mortes pela doença e o número de óbitos chegou a 2.166; representando um aumento de 3.175 casos em um dia. Dados mostram, ainda, que o novo coronavírus já chegou em 780 dos 853 municípios mineiros, o que representa 90% do estado.

    Governo ficou sem informar taxa de ocupação de leitos em Minas

    Em diversos momentos, o Sinmed-MG tem cobrado dos gestores uma postura coerente e eficiente, para atualizar os dados de leitos disponíveis no estado; que ficou temporariamente indisponível para a imprensa e população.

    Após pressão, a secretaria estadual de saúde afirmou que estava atualizando o sistema de gerenciamento de leitos. Neste momento preocupante, entendemos que esses dados precisavam ser atualizados com eficiência diariamente para que os médicos e a população acompanhem de perto a real situação da COVID-19 em Minas Gerais

    Nesse período, o sindicato divulgou os alertas dos coordenadores intensivistas de hospitais da capital, mostrando um cenário temeroso pela falta de leitos de CTI e, muitas vezes, foi ignorado pela gestão.

    Hospital de Campanha já passou da hora de funcionar

    O Sinmed-MG, como entidade representativa da categoria médica e que luta pela saúde da população, também quer saber por que o Hospital de Campanha de Minas Gerais ainda não está funcionando, conforme anunciado pelo próprio governador. Uma estrutura que teve um custo total de R$ 5,3 milhões e que ofereceria até 740 leitos de enfermaria e 28 de estabilização, cuja obra iniciou em 25 de março.

    Mas quase três meses depois de ficar pronto e diante de um cenário realmente preocupante com a doença, queremos saber: por que o hospital não está funcionando efetivamente? De portas abertas para atender a demanda?  A contratação de profissionais e compra de equipamentos para o hospital, não deveriam ter sido providenciados há mais tempo para que agora, no momento em que os números de casos aumentam pudessem estar disponíveis para suprir a demanda?

    Enquanto isso, os centros de saúde da capital mineira absorvem alta demanda de pacientes com sintomas da doença e que precisam ser encaminhados para outros hospitais como Eduardo de Menezes e Santa Casa que já operam com ocupação total dos leitos para COVID-19.

    A doença está crescendo no interior do estado, segundo estudo feito pelo Observatório Social da COVID-19 da UFMG, em parceria com o grupo Isola.ai, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Além disso, 80% dos casos e das mortes estão fora da região metropolitana de Belo Horizonte. E muitas cidades do interior estão com o isolamento abaixo dos 40%.

    Nossa entidade cobra do governo uma postura mais séria, coerente e atuante contra a doença. Enquanto isso, os médicos estão trabalhando arduamente, com sobrecarga de trabalho e jornadas extensas, sendo expostos a riscos.  E aí, Romeu Zema, o que o estado tem realmente realizado para conter a doença? Queremos transparência e informações corretas e coerentes.