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Os médicos vinculados ao município de Varginha realizaram nesta quarta feira 19 de fevereiro, assembleia geral da categoria para definir novas ações do movimento reivindicatório, reunindo dezenas de médicos e entidades médicas como a Associação Médica de Varginha, representada por Adrian Bueno e o Sindicato dos Médicos de MG (Sinmed-MG), com o diretor de Mobilização Cristiano Maciel.
No mesmo dia, a categoria realizou uma paralisação dos atendimentos eletivos como forma de manifestação contra descontos irregulares de salários, baixa remuneração, ausência de plano de carreira, falta de diálogo respeitoso com a categoria e condições de trabalho inadequadas. A adesão foi de quase 100% entre os médicos especialistas, com fechamento da Policlínica, parcial entre generalistas e médicos de Família, com manutenção dos atendimentos de pacientes de maior risco e urgências. Os colegas que mantiveram suas atividades para manter escala mínima utilizaram adesivo de apoio ao movimento que exige respeito por parte dos gestores.
O movimento teve grande repercussão na imprensa e nos órgãos legislativos, incluindo Câmara Municipal, com apoio dos Vereadores e até na Assembleia Legislativa de MG, onde a situação foi relatada aos deputados mineiros pelo diretor de Mobilizações, Cristiano Maciel.
Os médicos denunciaram que a excelência e o papel de referência em Saúde que Varginha tem na região, apesar de dificuldades estruturais apontadas, estão ameaçados pela forma como a prefeitura vinha tratando a categoria.
Apesar de já terem sido recebidos pela equipe de gestores, os médicos exigiam uma reunião com o próprio prefeito, uma vez que não houve sensibilidade da equipe da Prefeitura em atender as reivindicações. O impasse está grave e está provocando até mesmo o pedido de exoneração por parte de alguns profissionais efetivos importantes à assistência, prejudicando a população, que perde serviços especializados gratuitos no SUS.
Com a grande repercussão social da paralisação, as negociações avançaram e a Prefeitura aceitou analisar requerimentos administrativos para apurar se houve descontos de forma irregular; discutir novos fluxos de atendimento que respeitem a imprevisibilidade e contingência do atendimento em saúde; assumir o compromisso público que não tem objetivo de precarizar o atendimento em saúde através de processos de terceirização e, por fim e mais importante, analisar a proposta de um Plano de Cargos, Salários e Carreira para os Médicos.
Sinmed-MG e as demais entidades médicas vão enviar o detalhamento das propostas e aguardar o retorno da Prefeitura antes da próxima assembleia, programada para dia 9 de março. Caso as propostas não sejam acolhidas, os médicos podem deliberar por uma nova paralisação, com maior impacto ou até mesmo uma greve.
Sinmed-MG, 20 de fevereiro 2020