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    50 ANOS SINMED-MG: FERNANDO MENDONÇA, DIRETOR-PRESIDENTE , FALA SOBRE O PASSADO, PRESENTE E FUTURO DA ENTIDADE

    Como é completar 50 anos de história, uma data tão emblemática, em meio a uma pandemia como essa?

    2020 representa um novo marco na história da entidade. Sem dúvida, é algo muito marcante para todos nós completar 50 anos de existência em meio a uma pandemia, quando a Medicina e a humanidade vivem um momento sui generes. A caminhada até aqui é um orgulho para todos, uma data a ser comemorada, mas, ao mesmo tempo, sabemos que os desafios serão ainda maiores.

    Como o Sinmed-MG está enfrentando o momento atual e se preparando para os novos tempos?

    A pandemia está exigindo do sindicato esforços ainda maiores para dar segurança à categoria e a continuidade do trabalho médico.  Estamos acompanhando todas as movimentações políticas, trabalhistas  e relacionadas ao combate à pandemia. O eixo comum que une a diretoria do sindicato é a defesa do trabalho médico, independentemente da vinculação partidária, e, assim,  tem sido também agora. Temos nos posicionado de forma crítica quando é necessário, mas buscando sempre independência, democracia, parâmetros técnico-científicos, equilíbrio e representatividade. 

    Como será a “cara” do Sinmed-MG pós-pandemia?

    Entendemos que, assim como toda a sociedade, o sindicato e a comunidade médica não serão mais os mesmos depois da pandemia, que deixará aprendizados e reflexões importantes. Será necessário um novo olhar, o que envolve uma visão mais humanizada de todos – médicos, gestores e sociedade em geral. Mas o objetivo continuará sendo o mesmo: promover ações para  defender o trabalho médico e oferecer melhores condições de saúde para a população.

    O que o sr. acha que mudará na forma de fazer sindicalismo e na própria visão do Sinmed-MG sobre isso?

    Não só os sindicatos, mas todas as entidades, serão mais fortes e seguirão em frente se conseguirem mostrar que estão mais próximos do seu público, no caso os médicos,  fazendo a diferença na vida de cada um deles. Então, entendo que o sindicato e o próprio movimento sindical será rejuvenescido e acredito que a pandemia vai nos unir mais.

    Como o sr.  vê o enfrentamento da pandemia pela sociedade e governantes?

    É importante que a categoria, assim como a sociedade, entenda que não estamos preparados para grandes crises. Se houvesse planejamento para momentos como agora, muita coisa poderia ser feita de forma mais otimizada, economia de recursos e menos sofrimento. Isso, eventualmente,  aconteceu em alguns poucos lugares, mas  em muitos ainda enfrentamos problemas de má gestão  com um impacto negativo tanto na qualidade do serviço que é prestado quanto nos resultados.

    Qual o  futuro da profissão após essa pandemia? Acredita que a valorização da profissão que está ocorrendo hoje vai continuar?

    Nossa profissão de médicos, assim como dos outros profissionais de saúde, está em destaque nesse momento.  Acho que a valorização depois que a epidemia passar vai depender de  continuarmos ou não nos mantendo  como referência para a sociedade. Devemos procurar ser o farol que orienta a sociedade, sempre embasados por conhecimento técnico-científico, evitando a disputa política e a politização.

    Valorização e reconhecimento são importantes, mas como isso pode se reverter em melhores condições de trabalho e remuneração?

    Ficou claro para os governos a importância dos profissionais de saúde A valorização dos médicos é uma luta antiga do sindicato e a situação atual trouxe à tona a grande falta de planejamento em relação à saúde e seus profissionais. Reforço que é preciso investir na capacitação dos recursos humanos, infra-estrutura, condições de trabalho, equipamentos e medicamentos e uma remuneração justa. São necessários 10 anos para formar um emergencista, por exemplo. Hoje, o que vemos são profissionais considerados descartáveis, com o fim dos concursos públicos,  quando o ideal seria oferecer condições para que o médico possa se fixar e estabilizar em um local. São medidas necessárias para que consigamos ter, no futuro, profissionais aptos para situações como a de agora. Espero que as dificuldades que os gestores enfrentam nesse momento sirvam de alerta e motivação para mais investimentos e valorização na saúde.


    Como o sr. vê o futuro da saúde tanto pública como privada pós-pandemia? É otimista em relação à construção de políticas mais assertivas e que realmente priorizem o bem-estar da população e valorizem quem está à frente da saúde?

    Em relação ao futuro da saúde pública e privada, entendo que se a gente não se mobilizar, não mantiver a coesão, nada vai mudar em relação a antes.  Acho que só vai acontecer uma mudança se a sociedade entender que ela precisa cobrar essas políticas públicas.  Tanto o setor privado como o público não darão nada de graça. O que acontece hoje tende a ser esquecido. Essa não é a primeira e nem será a última pandemia. Então, é preciso ter  consciência de que os  investimentos e um  planejamento adequado precisam ser feito antes das crises.  Por isso, as entidades médicas, a categoria médica, a sociedade como um todo têm que se posicionar, agora durante a crise, mas principalmente quando ela terminar não se deixando aquietar.

    Qual a sua expectativa diante do cenário descrito acima?

    Que a gente aprenda com tudo o que aconteceu e que,  não se esquecendo disso, possamos efetivamente traçar, planejar, formular políticas e estratégias que sejam de estado e não de governo. O cenário que gostaríamos é de busca na garantia da qualificação do corpo clínico médico, na melhoria da infra-estrutura para que os profissionais possam trabalhar e, claro, sendo remunerado de maneira adequada e justa.


    Como o sr. resumiria a atuação do Sinmed-MG nestes 50 anos e sua importância para a categoria?

    O sindicato tem sua história pautada na defesa da categoria e da saúde como um todo, visando ao bem-estar tanto dos profissionais quanto da sociedade. As principais lutas sempre foram por melhores condições de trabalho, remuneração digna, fim dos vínculos precários, respeito aos direitos dos profissionais, e planos de cargos, carreira e vencimentos, entre outras. Entendo que a luta pela qualidade da Medicina representa a luta por uma sociedade mais saudável.

    Poderia citar alguns momentos marcantes na trajetória de luta do Sinmed-MG?
    O sindicato teve grande participação na história da Medicina nos últimos 50 anos. Fundado na época da ditadura militar, esteve presente em todas as grandes lutas como a reforma sanitária, o apelo pelas Diretas Já, o financiamento adequado da saúde, a qualidade das escolas médicas e, mais recentemente, a valorização da revalidação do diploma.

    O Sinmed-MG passou por muitas transformações. Como  o sr. avalia a atuação do sindicato hoje?

    O Sinmed-MG vivenciou desde sua inauguração uma série de mudanças e transformações nos cenários políticos, social, econômico, trabalhista etc.  Por isso, a necessidade de se reinventar, reconfigurar suas ações em função das demandas da categoria médica num determinado cenário. Isso, sem perder a visão de horizonte, em que o foco é uma Medicina que seja adequada para todos.

    Nos últimos anos houve uma aproximação maior com a categoria, cada vez mais na certeza de que somos o sindicato de todos os médicos, independentemente de ideologia política, ou do médico trabalhar no serviço público ou privado, querendo levar a cada profissional um trabalho que justifique acreditar na entidade e traga a certeza de que estamos a seu lado e pode contar com a gente.


    O que o sr. destacaria em relação aos novos serviços implantados pelo Sinmed-MG na sua gestão?

    Nosso portfólio de serviços passou por uma grande mudança em 2019, buscando se adequar aos novos tempos. Um exemplo é o incremento da parceria com escritórios de advocacia que façam a defesa integral do médico em todas as instâncias, inclusive dentro do Conselho Regional de Medicina.  O atendimento jurídico também acontece nas áreas do Direito Previdenciário, Administrativo, do Trabalho e Empresarial, e já contabilizamos inúmeras vitórias a favor do médico.

    Também  contamos com parceiros para prestar assessoria de comunicação aos nossos filiados, na área de assessoria de imprensa, elaboração de publicações e criação e produção de conteúdo para as redes sociais, site e blog. Atuamos, ainda, por  meio de parceria, na área de  assessoria contábil, o que inclui serviços que vão desde planejamento tributário a disponibilização de software para consultório digital.  

    Na luta por melhores condições de trabalho e remuneração, fortalecemos o nosso departamento de Campanhas. Por ano, são centenas de reuniões e assembleias com os médicos, reuniões com gestores e participação em comissões e representações institucionais, como os Conselhos de Saúde, além de seminários realizados.

    Ressalto também o trabalho do sindicato junto aos acadêmicos de Medicina, com a promoção de cursos e atividades para levar informações sobre o trabalho médica e a ética na profissão, sempre no sentido de contribuir para a formação dos futuros médicos.

    Valorizamos a comunicação com a categoria, levando informação de qualidade e imparcial, por meio de publicações diárias em nossas mídias e boletins semanais, como agora com o Especial Sinmed-MG COVID-19 ou mensais. O sindicato também tem intensificado sua presença na mídia, levando a voz do médico mineiro não só para o Estado, mas para todo o país, com a veiculação de diversas reportagens em âmbito nacional.  

    Por fim, destaco, a aquisição e reforma da nova sede, concluída em 2017, na Av. do Contorno – 4.999, com toda a infraestrutura para atender os médicos, inclusive um moderno centro de eventos.  

    Que mensagem o sr. gostaria de deixar para os médicos mineiros?
    Colega médico, o sindicato esteve, está e sempre estará ao seu lado, cumprindo sua missão de defender uma Medicina de qualidade e a nossa profissão, uma das mais belas. O trabalho de nossa entidade é lutar sempre por melhores condições de trabalho e uma remuneração justa para toda a categoria. Agradeço a todos que participaram da nossa trajetória de 50 anos. Juntos, seremos cada vez mais fortes.