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Publicado em 15 de julho/2021.
Presente em todos os espaços de diálogo para denunciar e defender melhores condições de trabalho e remuneração para a categoria, e melhor assistência à população, o Sinmed-MG participou, dia 14 de julho, de audiência pública virtual da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Representaram a entidade, Ariete Araújo, diretora Financeira, e André Christiano do Santos, diretor de Formação Sindical e Filiação.
A audiência foi convocada pelo vereador Célio Frois, presidente da Comissão de Saúde e Saneamento da Câmara, com a finalidade de debater sobre a valorização dos profissionais de saúde do SUS-BH da linha de frente no combate à pandemia de COVID-19. Presentes, também, as representantes do Sindibel, Ilda Aparecida de Carvalho Alexandrino, vice-presidente, e Cleide Donária de Oliveira, diretora da Área de Saúde.
Durante sua fala, a diretora Ariete Araújo disse que a pandemia “escancarou as deficiências que já existiam, entre elas as escalas “sufocadas” nas UPAS, com alguns plantões sem médicos. “O que levou a essa falta de profissionais?. Falta de condições de trabalho? De remuneração digna? De segurança? De reconhecimento com o Adicional Covid?”, questionou.
A diretora lembrou que há muito tempo que a PBH não faz concurso público: ”A maioria hoje são vínculos precários de trabalho, e com isso o índice de rotatividade é muito grande”.
O diretor André Christiano dos Santos destacou a importância da audiência para discutir a valorização dos profissionais da linha de frente. “Profissionais que, desde o primeiro momento, não fugiram à luta, sem qualquer perspectiva de vacina inicialmente. Nunca nos furtamos em atender aqueles que necessitavam da gente, muitas vezes colocando a nossa vida em risco, e dos nossos familiares”, disse.
Para ele, o tempo das palmas já passou, e hoje são mais cobranças do que elogios: “Essa comoção nunca se converteu de fato em melhorias para a categoria”. Desabafa: “Eu sei que a população está cansada, mas nós que estamos na área da saúde estamos exauridos”.
Para o diretor, ao invés de valorização o que aconteceu foi uma desvalorização: “Sabemos das dificuldades financeiras pelas quais passam os entes públicos, mas numa situação como essa a saúde e seus profissionais teriam que ser prioridades, e não é o que vemos acontecer. Nós não somos prioridade”.
Durante sua fala, o diretor André fez um apanhado da atuação do sindicato desde o momento da pandemia, cobrou salários dignos, criação de abono Covid, condições de trabalho e um adicional de insalubridades adequado.
Concordou com a diretora Ariete sobre as enormes dificuldades para manter as equipes completas de trabalho, e que é preciso pensar os motivos que levaram a isso: “Acho que a exaustão está incluída, mas a questão da desvalorização monetária tem um grande peso. Não adianta pedir que nós, profissionais da saúde, sejamos sacerdotes e trabalhemos simplesmente por amor ao próximo”.
Informou que, em reunião recente da mesa SUS, da qual participa, a Secretaria da Saúde confirmou que BH tem mais 80 equipes do PSF sem médico, isso só na atenção primária, sem falar dos buracos na atenção secundária: “ Temos unidades tentando há mais de três anos contratar um psiquiatra, então é necessário discutir isso”.
Ao final, o diretor disse que o sindicato conta muito com os vereadores para esse diálogo no Executivo Municipal na busca de valorização dos profissionais da saúde, principalmente neste momento: “Temos que tirar exemplos e aprendizados disso, agradeço esse espaço, acho que é uma discussão necessária”.
Após a fala dos diretores dos sindicatos – Sindibel e Sinmed-MG, Nathalia Faria, da SMS, representando o secretário Jackson Machado, disse que a secretaria de saúde está muito afetada pela pandemia, que os profissionais de saúde estão realmente cansados: “Temos lutado em diversas frentes mas a secretaria jamais deixou de discutir a pauta recursos humanos por reconhecer a importância dessas categorias para o enfrentamento da pandemia. Não adianta ter secretário, diretores, se não tiver essa força de trabalho que tem lutado bravamente”.
Sobre as contratações, disse que a Secretaria está com muitas vagas em aberto, apesar de nunca ter contratado tanto e informou que existe um concurso em andamento, adiado pela pandemia, cujas provas acontecem agora em 25 de julho.
Almiro Melgaço, assessor de relações de trabalho, representando o secretário de Planejamento, também reforçou que a secretaria de gestão de pessoas tem trabalhado em conjunto com a secretaria de saúde para diminuir os efeitos danosos desse momento: “Estamos tentando avançar na medida do possível na maior parte das pautas apresentadas tanto pelas entidades sindicais quanto pela própria secretaria de saúde, mas acho que temos muito mais para avançar a partir do segundo semestre conforme combinado com as entidades sindicais”.
No final, o vereador Célio Fróis reiterou que a Câmara estará sempre de portas abertas para discutir questões ligadas à saúde, e que estão juntos na luta buscando uma solução que seja possível e que possa trazer uma valorização maior dos servidores. “Aproveito também, em nome da Comissão e do povo de Belo Horizonte, para agradecer mais uma vez o empenho, o esforço, o comprometimento e a luta de todos vocês por uma saúde pública de qualidade, principalmente neste momento de dificuldade que estamos vivendo”.
A LUTA CONTINUA: ASSEMBLEIA DOS MÉDICOS DA PBH DIA 10 DE AGOSTO.PELA VALORIZAÇÃO DA CATEGORIA!
Colegas médicos, o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais realiza no dia 10 de agosto, de forma virtual, Assembleia Geral Extraordinária para discutir as pautas a serem apresentadas à PBH. Vamos unir forças para fazer um movimento forte e lutar por nossos direitos e por melhorias. Só assim sairemos vitoriosos!