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    CARAVANA DA SAÚDE COM 30 MÉDICOS E ACADÊMICOS DE MEDICINA LEVOU ATENDIMENTO E DOAÇÕES PARA POPULAÇÃO DO NORTE DE MINAS. INICIATIVA COUBE AO SINMED-MG JUNTAMENTE COM AMMG, ONG AMIGOS DE MINAS E PARCEIROS

    Publicado em 4 de novembro/2021

    O voluntariado tem sido a principal arma para levar um pouco de dignidade até as comunidades carentes. Considerando fazer o bem para a sociedade também uma missão, o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais se engajou numa belíssima ação de amor ao próximo: a Caravana da Saúde, tendo como destino São João das Missões, o município de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Minas e o terceiro mais pobre do Brasil.  Também se juntaram à ação a Associação Médica de Minas Gerais, a Plataforma i-social, a Sociedade de Acadêmicos de Medicina de Minas Gerais (SAMMG).

    Também vale ressaltar a parceria do Grupo Fisioergo, que após articulação do Sinmed-MG, realizou o teste de COVID-19 em todos os voluntários.

    A iniciativa, única na história do sindicato, surgiu do desejo da diretoria de expandir sua ação para além das portas da entidade, oferecendo o bem mais precioso para qualquer ser humano: saúde.

    Além do custeio dos testes, realizado na própria sede da entidade, o sindicato forneceu lanche antes do embarque e entregou um Kit lanche para cada voluntário levar na viagem.

     Assim, por meio da diretora administrativa do Sinmed-MG, Walnéia Moreira, foi realizado contato com a ONG Amigos de Minas para levar adiante o projeto. Com 20 anos de atuação, a ONG realiza há nove anos um belíssimo trabalho em São João das Missões, no Norte de Minas, uma região de extrema pobreza e vulnerabilidade. À população urbana de 3 mil habitantes somam-se os 10 mil habitantes das reservas indígena, com 35 aldeias.  

    Segundo a coordenadora da ONG, Marlene Valverde, essa foi a primeira caravana de saúde:  “A adesão foi muito além da nossa expectativa. Esperávamos uns 10 profissionais da área e tivemos 50, entre médicos, dentistas, psicólogos, enfermeiros e outros”. No total, participaram da caravana mais de 100 pessoas, contando com os outros profissionais e equipe de apoio.

    A caravana partiu do Sindicato dos Médicos, na Av. do Contorno – 4.999, na noite de sexta-feira, dia 29 de outubro e retornou na manhã de segunda-feira, dia 1 novembro.  Entre os voluntários, estavam também a conselheira fiscal do sindicato e pediatra Ana Cláudia Queiroz Gomes, que se responsabilizou pela brinquedoteca, e a ex-diretora e também pediatra Mercedes Zucheratto.  Pessoas que fizeram a diferença na vida de muitos na cidade de São João das Missões e região.

    Segundo a coordenadora de Saúde da caravana, Walnéia Moreira, “muitas pessoas acreditam que ações de responsabilidade social só podem ser realizadas por empresas ou ONGs, mas a verdade é que qualquer pessoa pode fazer a sua parte no âmbito profissional, familiar ou individual”

    Para o presidente da ONG Amigos de Minas, Márcio Rodrigues da Silva, “sempre foi um sonho fazer um trabalho voltado especificamente para promover a saúde das famílias carentes de São João das Missões. A iniciativa é fantástica. Só gratidão”!

    Embora o número final ainda esteja sendo contabilizado, Walnéia Moreira acredita que foram mais de 600 atendimentos médicos e odontológicos e 125 ultrassonografias tanto nos dois postos da cidade como em duas aldeias indígenas, além de 50 visitas domiciliares.

    PREPARATIVOS DURARAM TRÊS MESES

    Após o contato com a ONG Amigos de Minas, conta Walnéia Moreira, foram três meses de preparativos para organizar a caravana e correr atrás das doações e dos profissionais de saúde, especialmente especialistas.

    Foram arrecadados alimentos para distribuição de 113 cestas básicas, 56 filtros de barro, mais de 5 mil caixas de medicamentos (antibióticos, antiinflamatórios, antiparasitários, cortisona etc), brinquedos, material escolar e material de limpeza e higiene pessoal, como 5 mil absorventes, entre dezenas de outros itens.

    Já a equipe de voluntários médicos contou com 10 clínicos geral, 3 pediatras, 2 ginecologistas, 1 neurologista, 1 cirurgião, 1 psiquiatra, 1 ultrassonografista e 11 acadêmicos de medicina.

    Foram 12 horas de viagem, incluindo baldeação para ônibus escolares, devido à estrada de terra no fim do trajeto. Cada voluntário pagou pelo seu transporte, hospedagem e alimentação. Foi um desafio atrás do outro – sensação térmica de 45 graus, quartos sem banheiro, falta de água potável, enfrentados com a alegria e a disposição de estar à frente de uma missão como essa. Não havia tempo a perder.  Durante a viagem de volta os relatos das situações vividas, como a de um senhor encontrado sozinho em sua casa deitado no chão, e a falta de comida no prato das crianças, alimentadas com farinha, emocionaram e trouxeram lágrimas de todos.  

    Situação da saúde é tão precária como o IDH

    Jair Xacriabá, prefeito de São João das Missões, também da comunidade indígena, disse que a situação da saúde no município é tão precária como o IDH: “Temos deficiências em todas as áreas, falta mão de obra e todo tipo de estrutura.  As demandas hospitalares são atendidas em Montes Claros e Brasília de Minas”.

    Segundo ele a parte de exames (ressonâncias, tomografias etc) e especialidades é a mais carente, com um fila enorme à espera de atendimento. Somente na ultrassonografia eram  600 exames em espera.

    “A vinda da caravana da saúde nos salvou, caiu do céu, conseguimos adiantar vários exames e atendimentos, não sabemos nem como agradecer a todos, em especial aos profissionais de saúde que vieram. O que a prefeitura puder fazer para dar apoio à ONG ainda é pouco diante do trabalho deles em nossa município, principalmente num momento tão difícil como o que estamos passando”.

    A pediatra e conselheira fiscal do sindicato, Ana Cláudia Queiroz Gomes, diz  que nunca tinha participado de uma ação como essa; “Foi uma experiência única, que todos devem viver”. Elogiou a iniciativa do sindicato na busca de promover o bem viver dos médicos para além das questões de trabalho, criando oportunidade para que as pessoas possam se encontrar, se socializarem e também promover e fazer o bem”.

    Conta ela: “O foco era contribuir de alguma forma, e como eu tenho sempre um olhar do processo ser menos assistencialista foi sugerida a questão da brinquedoteca e eu topei o desafio na hora”. Cerca de 200 crianças participaram do espaço, vivendo uma experiência nova, emocionante e acima de tudo transformadora.  Ana Claúdia faz questão de agradecer o apoio e orientação pedagógica da voluntária Isabel Cristina, diretora de uma creche infantil no bairro Goiânia.

    Mercedes Zucheratto, pediatra, ex-diretora do Sinmed,  também participou pela primeira vez de uma caravana de solidariedade. Ela conta que a princípio estava escalada para atender numa aldeia, mas acabaram precisando dela num posto montado na escola, onde trabalhou 13 horas seguidas, praticamente sem descanso – “O envolvimento é tão grande que nem vemos o tempo passar. Foi uma experiência muito gratificante. É uma comunidade muito carente, é triste ver essa desigualdade social. Sou apaixonada por criança, e algumas cenas ficarão marcada na minha vida, com um menino que perguntou quando eu ia voltar”.

    Ariene Carolina de Oliveira e Souza, estudante do 8º período de Medicina da Faculdade de Barbacena, disse antes do embarque que sempre teve muita vontade de fazer parte de ações sociais: “Quando soube da Caravana fiquei muito empolgada pela oportunidade de ter uma vivência diferente para contribuir um pouquinho para ajudar outras pessoas. Estou muito feliz em poder ajudar”.

    Veja o lindo depoimento da médica, coordenadora de Saúde da Caravana e diretora Administrativa do Sinmed-MG,  Walnéia Moreira, sobre o ato do voluntariado:

    “Ser voluntário é fazer parte de um movimento de amor. É se doar de corpo e alma, e sentir o coração transbordar amor, quando recebemos um sorriso sincero. É se colocar no lugar do outro, e fazer por ele o que gostaria que fizessem por nós.
    Ser voluntário é enxergar a vontade e delicadeza de Deus em cada pessoa que ajudamos. É compreender que devemos recomeçar todos os dias fazendo o bem, pois Jesus passou todos seus dias nesse mundo fazendo o bem.
    Ser voluntário é a cada missão ganhar uma família em amor e solidariedade. É ser construído e desconstruído a cada missão e chegar sempre, de alguma forma, transformado.
    Ser voluntário é acordar todos os dias e agradecer a Deus pela oportunidade de poder ajudar e ao final entender que os mais beneficiados somos nós mesmos”. 

    Confira todas as demais fotos em https://www.flickr.com/photos/194245793@N02/albums/72157720107794264