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Publicado em 29 de setembro/2021
O diretor de Pesquisas e Projetos do Sinmed-MG e médico de Família, Artur Oliveira Mendes , participou esta manhã, dia 29 de setembro, do Painel “Servidores públicos da saúde na pandemia” com o tema “Na linha de frente: exaustão, mortes e impactos mentais”.
A palestra faz parte do V Congresso Nacional de Direito Sindical da Ordem dos Advogados do Brasil, que acontece entre os dias 28 e 30 de setembro, com foco nas “Relações Sindicais em tempos de pandemia”.
A realização é do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por meio da Comissão Especial de Direito Sindical, Ordem dos Advogados de Minas Gerais e da Caixa de Assistência dos Advogados da OAB MG. Com 18 painéis, 54 palestras e 3 conferências esse é considerado o maior evento sindical do país reunindo ministros das Cortes Superiores, desembargadores, juízes, promotores, advogados, líderes políticos e sindicais, professores, pesquisadores e estudantes.
Ao abordar o tema proposto “Na linha de frente: exaustão, mortes e impactos mentais”, Artur Oliveira Mendes apresentou uma pesquisa realizada pelo Sindicato dos Médicos de Minas Gerais antes da pandemia, em que 66,4% dos 5 mil profissionais entrevistados disseram já se sentirem sobrecarregados, com elevada carga de trabalho e pouco tempo para o lazer, com alta prevalência de quadros depressivos e menor sobrevida que o restante da população, principalmente entre as mulheres.
Segundo ele, a pandemia só veio agravar esse quadro, conforme mostrou pesquisa realizada pela Fiocruz, divulgada em outubro do ano passado. Um contexto que incluiu: alta transmissibilidade do vírus, inexistência de tratamento comprovado, falta de testes, necessidade de isolamento social, com os profissionais da saúde tendo três vezes mais chances de contrair a doença do que a população.
Em seguida, o diretor revelou alguns dados preocupantes levantados pela pesquisa da Fiocruz: 95% dos profissionais de saúde relataram importante alteração na sua rotina de trabalho com a pandemia; 42, 3% não se sentem protegidos contra a Covid em seu local de trabalho; 14,5% da força de trabalho disseram estar no limite da exaustão; e 60% se queixaram de falta de apoio institucional.
Artur Mendes Oliveira citou situações, além das condições de trabalho, que agravam a insatisfação dos profissionais de saúde como a precarização dos vínculos trabalhistas/aumento da pejotização, salários não condizentes e discreta oferta de capacitação pelo poder público para lidar com a pandemia.
O resultado desse cenário, também apontado na pesquisa da Fiocruz, são situações de adoecimento auto relatados pelos entrevistados: perturbação do sono (15,8%) ; irritabilidade, choro frequente, distúrbios em geral (13,6%); incapacidade de relaxar/estresse (11,7%); dificuldade de concentração ou pensamento (9,2%); perda de satisfação na carreira ou na vida/tristeza, apatia (9,1%); sensação negativa do futuro /pensamento negativo, suicídio (8,3%); alteração do apetite, alteração do peso (8,1%).
Após apresentar os dados, o diretor do Sinmed-MG mostrou algumas notícias veiculadas pela imprensa destacando a atuação do Sinmed-MG como a luta pela vacinação dos profissionais de saúde, gratificação Covid, equipamentos de proteção individual, maior número de leitos e melhor assistência para a população. Apresentou também recortes de situações vividas por outros profissionais da saúde como enfermeiros e psicólogos.
Amanhã, dia 30 setembro, quem participa do evento, representando o Sinmed-MG, é o assessor jurídico João Saul, com o tema “Os reflexos da reforma administrativa nos direitos dos servidores públicos”.