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    EM BELO HORIZONTE, ESTÁ MAIS DIFÍCIL MARCAR MÉDICO

    Em 2010, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) estabeleceu uma meta para o agendamento de consultas médicas: em cinco anos, em 73% dos casos, a marcação ocorreria em até 60 dias. No entanto, esse índice, que em 2012 era de 63%, caiu para 50% em 2015. Outra meta que andou para trás ao invés de avançar foi a de acesso a medicamentos. Até 2030, o objetivo era garantir que os centros de saúde da capital disponibilizassem todos os remédios da Relação Municipal de Medicamentos (Remume) à população. Porém, o percentual em 2012, que era de 85%, caiu para 70% no ano passado.

    As metas foram traçadas em 2010, durante a criação do Plano Estratégico BH 2030. No início do mês, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) apresentou um balanço das ações e acrescentou outras 18 medidas ao texto, que já tinha 25 metas. A promessa do político é que até o fim do ano, quando termina seu mandato, ele entregue dois terços do que foi previsto.

    Os indicadores da saúde são os que menos avançaram. Um sofrimento para quem depende exclusivamente do sistema público de saúde, como a aposentada Elvira da Conceição Silveira, 72. Ela conta que tem um pedido para uma ultrassonografia desde outubro do ano passado e, até hoje, não conseguiu uma vaga para fazer o procedimento.

    “Hoje, por questões financeiras, o meu plano de saúde é o SUS (Sistema Único de Saúde). No fim do ano passado, fui à ginecologista. Por ter passado por uma cirurgia de hérnia há pouco tempo, ela me pediu uma ultrassonografia. O pedido foi feito em 29 de outubro. Até hoje estou aguardando”, lamenta.

    Segundo Elvira, ela também precisa da rede pública para conseguir medicação para o filho, que é diabético. “Eles não dão todas as fitas medidoras de glicemia. Em fevereiro, março e abril, acabei comprando. E é caro, cerca de R$ 95 cada 50 fitas”.

    A PBH justifica que o aumento no tempo de espera para agendamentos de consultas e exames decorre de fatores como o “comportamento do mercado de saúde”, que dificulta a captação e a fixação de médicos especialistas na rede pública.

    No caso dos medicamentos, o Executivo argumenta que a retração aconteceu devido ao cenário econômico do país. Por meio de nota, a prefeitura afirma que foi recomendada pela Controladoria Geral do Município uma nova pesquisa de preços para viabilizar a publicação dos editais de compra de remédios em curso. A nova pesquisa, segundo o texto, já foi realizada, mas gerou aumento dos prazos previstos para a conclusão das compras e, consequentemente, o desabastecimento de alguns itens.

     

    Números

    608.998 atendimentos foram realizados em UPAs de Belo Horizonte em 2015

    4 milhões de atendimentos foram feitos nas farmácias das UBSs no ano passado

     
    Saiba mais

    Estagnados. Além das metas que sofreram retrocessos, algumas ficaram estagnadas e não têm uma solução prevista para que sejam realizadas. É o caso do Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, na região do Barreiro, e da maternidade Leonina Leonor Ribeiro, na região de Venda Nova. O Hospital do Barreiro já foi construído, mas, por falta de repasses dos governos federal e estadual, está atendendo apenas com 10% da capacidade.

    Atendimentos. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, em 2014 e 2015, as UPAs realizaram 570.181 e 608.998 atendimentos, respectivamente, com uma taxa de resolubilidade próxima de 97%.

    Consultas. Em 2015, foram realizadas 1.425.813 consultas, sendo 360.577 delas especializadas na rede própria e 1.065.236 consultas especializadas na rede contratada.

    Farmácias. Em 2015, foram realizados 4.061.722 de atendimentos nas farmácias das Unidades Básicas de Saúde, mais de cem por dia por centro de saúde.

    Academias. Entre as metas para a saúde estipuladas pela prefeitura, há também a previsão de que, neste ano, a cidade chegaria a cem academias da cidade. No entanto, desde 2013, quando dez novas unidades foram implantadas, estão funcionando em Belo Horizonte apenas 63 academias.

    Bárbara Ferreira
    Jornal O Tempo