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Publicado em 5 de março/2021.
“No caso específico dessa epidemia, que já completa um ano, desde o começo, o que a gente tem assistido é a um planejamento não muito adequado. A falta de médicos é resultado da inexistência de investimentos na formação e capacitação de profissionais”, diz o presidente do Sinmed-MG, Fernando Mendonça.
Em entrevista especial publicada no jornal Estado de Minas desta sexta-feira, 5 de março, o presidente do Sinmed-MG, Fernando Mendonça fala sobre as principais razões para o gargalo na rede hospitalar, em tempos de pandemia.
De um lado, destacam os baixos investimentos dos governos na terapia intensiva e nas condições de trabalho, o que afeta os concursos públicos, planos de carreiras e salários. De outro lado, médicos se queixam de sobrecarga de jornada, surgimento de distúrbios psicológicos, como depressão e síndrome de Burnout, nível de contaminação pelo coronavírus cinco vezes superior àquele da população em geral e, por fim, a demora na vacinação, destaca a reportagem.
Durante a entrevista, Fernando Mendonça destacou que não temos um concurso público para preenchimento de vagas no estado também há muitos anos. “Pelo contrário, o que observamos é uma tentativa de desmonte das unidades hospitalares, exemplo o que acontece hoje com hospitais da saúde mental e com propostas que já passam para hospitais do interior”.
Diante da afirmativa do governador Romeu Zema de que não há médicos e por isso não amplia leitos, o presidente do Sinmed-MG reforça que não é a primeira vez que ele alega isso. “No ano passado, também no meio do ano, por ocasião do pico daquela época, a justificativa para o não aumento de vagas era de que faltavam médicos. Agora, no pior momento da crise, mais uma vez a fala do gestor é de que não pode abrir leitos porque faltam médicos. Muito fácil esconder o não planejamento, que vem de anos.”
Na mesma matéria, o diretor jurídico do Sinmed-MG e médico intensivista, Maurício Góes, rebate a afirmação do governador Romeu Zema de que não há profissionais de saúde disponíveis para contratação no Brasil: “Fica muito fácil quando o governante coloca a culpa no colo dos médicos. É muito fácil dizer que não há mais leitos porque não tem profissional. Mas ofereça salário competitivo, concurso público e plano de carreira para ver se falta”.
O pneumologista e intensivista defende que colegas não se oferecem para trabalhar em razão de o governo não oferecer condições de trabalho adequadas. “Eles abrem uma chamada oferecendo trabalho médico por três meses. Imagine o médico ter que largar algo para trabalhar três meses e depois ser demitido. Falta um plano de carreira para o médico no estado. Há muito não há concurso público”, diz.
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