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Publicado em 24 de março/22.
Pensando na saúde do trabalhador e na importância de buscar caminhos e propostas para melhorias, o Sinmed-MG promoveu, no dia 18 de março, o 1º Encontro: A Saúde do Trabalhador da Saúde com o apoio do Sindeess, Sind-Saúde e o Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador,com o apoio do Sindibel.
O evento foi realizado de forma híbrida, com transmissão ao vivo no canal Youtube SinmedMG Oficial e presencial com representantes de trabalhadores das entidades de saúde mineiras.
Na abertura, o diretor de Defesa Profissional do Sinmed-MG, Cleverson Martins Kill, representou o presidente Jordani Campos Machado reforçou a importância do evento. “Aqui vamos discutir pontos essenciais para a saúde do trabalhador. É muito importante a gente cuidar da saúde de quem cuida da saúde dos outros. Uma bandeira que nós, do sindicato, sempre estamos erguendo em defesa dos profissionais”, diz.
Fizeram parte também da mesa de abertura, a coordenadora do Fórum Sindical, Marta Freitas; a coordenadora de Organização Sindical do Sindibel, Ilda Alexandrino; o diretor adjunto do Sindees, Joaquim Gomes; Lionete Pires, diretora executiva do Sindi-Saúde.
A diretora de Saúde do Trabalhador e idealizadora do evento, Fabíola Tatiana de Souza, mencionou a importância da integração das instituições presentes para que o trabalho do profissional da saúde seja pensado de maneira coletiva. “A saúde do trabalhador tem que ser pensada coletivamente. Está todo mundo dentro do mesmo prédio, do mesmo ambiente. Seja enfermeiro, seja faxineiro, médicos, porteiros, trabalhando em prol do usuário, do paciente. Nada mais correto a gente fazer essa discussão coletivamente sobre a saúde pública”.
Temas importantes e trocas de experiências marcaram evento
O presidente do Sinmed-MG, Jordani Campos Machado, abriu os trabalhos da tarde, dando as boas vindas novamente e reforçando o quão importante é dar seguimento nas discussões que tratam da saúde do trabalhador e destacou que o Sinmed-MG está de portas abertas para debater o tema junto às demais entidades.
A primeira mesa do encontro tratou do tema “Quem cuida da saúde do trabalhador”, falando sobre as causas do adoecimento do trabalhador, prevenção dos riscos ocupacionais nos ambientes hospitalares.
A diretora Fabíola de Souza ministrou a palestra “ As principais causas do adoecimento e afastamento do trabalhador da saúde”. Segundo ela, a precarização do trabalho, perda de direitos trabalhistas, com o acelerado processo de terceirização e de pejotização, os baixos salários, leva os profissionais a procurarem e a permanecerem em mais de um emprego, com vistas à subsistência e à insegurança no ambiente profissional, o que os impede de exercer com dignidade suas atividades laborais, são fatores que contribuem para esse cenário.
Ela relembrou a pesquisa realizada pelo Sinmed-MG de outubro/2019 a janeiro/2020 – “ O médico além do trabalho: um movimento pelo seu bem-estar”, em parceria com a Associação Médica de MG e o Conselho Regional de Medicina de MG. A mostra final foi constituída de 1. 281 médicos, com o seguinte perfil: média de idade 43,7 anos; predomínio de mulheres, tempo de experiência de 18,9 anos; 12,4% cursando residência médica, sendo que, entre esses, 32,7% cursavam o primeiro ano de treinamento.
A médica Fabíola destacou que os achados de adoecimento e baixa qualidade de vida encontrados corroboram com a literatura e a necessidade das entidades de saúde desenvolverem ações em torno do tema, visando o bem estar e a qualidade de vida dos trabalhadores.
A presidente da Federação Nacional das Cooperativas Médicas (Fencom), Cathia Costa Carvalho Rabelo, participou do evento e reforçou a importância de trazer à luz das discussões a saúde do trabalhador e reforçou a parceria da federação com o sindicato, a fim de atuarem sempre em favor do médico e da saúde.
Sandra Gasparini, coordenadora Executiva e Professora do Curso de Especialização em Medicina do Trabalho da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG), abordou o tema “Riscos ocupacionais nos ambientes hospitalares e de atenção primária, como prevenir”, e destacou que o adoecer é um fenômeno complexo e multicausal gerando transtornos ao trabalhador e à família que culminam no adoecimento desse grupo. Citou também o perfil de adoecimento desses profissionais: acometimento do aparelho musculoesquelético, aparelho mental e alergias. “Os profissionais de saúde executam inúmeras tarefas sujeitas a riscos gerados pela execução de suas variadas tarefas muito variados. Alguns desses riscos são facilmente perceptíveis para a maioria, outros são ignorados”, diz.
A segunda mesa do evento abordou importantes experiências sobre “Boas práticas, desafios e soluções na saúde do trabalhador”, trazendo experiências positivas e emocionantes como da Clínica da Cuidadora e do Cuidador Serviço Itinerante de Saúde do Trabalhador em Lagoa Santa, que trata da saúde dos servidores, principalmente durante a pandemia que trouxe incertezas, excesso de trabalho e preocupações aos profissionais.
Lionete Pires diretora do sind-saude encerra essa mesa de debates trazendo experiências exitosas na adaptação de trabalhadores da atenção primária em municípios da Região Metropolitana e apresentou depoimentos emocionantes dos trabalhadores readaptados. Essas iniciativas demonstram a importância da humanização do processo de adaptação para ressignificação do trabalho para o trabalhador que retorna ao trabalho após processo de adoecimento.
A outra experiência compartilhada foi do Hemominas – “Gestão de risco ergonômico no serviço de coleta de sangue”, ministrada pelo médico Antônio Catão. Essa gestão assegura que os responsáveis pela tomada de decisão tenham acesso, em tempo hábil, a informações quanto aos riscos aos quais a organização está exposta. A partir deste acesso, a probabilidade de alcance dos objetivos com redução dos riscos é maior.
Trabalhador da saúde merece trabalho digno e aposentadoria com segurança
No período da tarde, os palestrantes trouxeram abordagens importantes, sob coordenação do Fórum Sindical e Popular de Saúde e segurança do trabalhador e da trabalhadora, Marta Freitas, como o “Trabalho digno e saudável para o trabalhador da saúde”
Adriana Souza, procuradora Geral do Ministério Público do trabalho também destacou a precariedade, reforçada durante a pandemia, em hospitais, clínicas e outros ambientes de trabalho da área da saúde.
O palestrante Airton Matinho, fiscal do Ministério do Trabalho, reforçou os riscos ocupacionais que os trabalhadores da saúde estão expostos e a importância da prevenção da exposição para evitar o adoecimento desse profissional.
Elizabete Silva, gerente da divisão de monitoramento do trabalho e serviços de saúde da Prefeitura de Betim, destacou a importância da negociação de saúde do trabalhador e a palestrante Ilda Alexandrino trouxe orientações sobre o “Protocolo do fluxo de abordagem de violência na rede SUS/BH”.
A última mesa do evento tratou de um importante tema “Aposentadoria, o que o trabalhador da saúde precisa saber?”, coordenada pelo diretor jurídico do Sinmed-MG, Marconi Moura. Ele destacou a necessidade de abordar esse tema: “ acho essencial discutir a aposentadoria; um período da vida em que esperamos dispor do nosso tempo e disposição para viver melhor, com qualidade e para isso precisamos de saúde física, emocional e psicológica mas também de segurança financeira e econômica”, reforça.
Antônio Claudio da Silva, coordenador do Núcleo de Educação Previdenciária da Gerência do INSS em Contagem/MG, trouxe importantes atualizações sobre a Legislação previdenciária e aposentadoria especial para profissionais da saúde pelo INSS.
O evento foi finalizado com a palestra da advogada previdenciarista do Sinmed-MG, Kátia Fonseca, que falou sobre “Vinculos trabalhistas: quais cuidados devo ter para não ocorrer prejuízos na aposentadoria”, com importantes orientações sobre as documentações necessárias como o PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário. “Muitas vezes o profissional da saúde encerra as suas atividades em hospitais e clínicas sem requerer tal documento, somente se atentando sobre a importância de tal comprovação passado muitos anos da sua saída do serviço, deparando com hospitais já fechados e invariavelmente não tendo acesso ao PPP”, reforça.
Segundo Kátia, nas instituições públicas a emissão do documento exige a abertura de um processo administrativo que demora em média um semestre para ser emitido. Outro ponto sensível é a demora na emissão da CTC (certidão de tempo de contribuição) na carreira do médico, justamente pelo fato de possuírem vários vínculos, o tempo de contribuição vertido a outros regimes próprios precisam ser certificados pelos RPPS, que apresentam uma demora considerável.
O Sinmed-MG produziu vários materiais que focam na questão da previdenciária e aposentadoria do médico. Para consultar, seguem abaixo:
Cartilha da Previdência
Reforma da Previdência dos servidores do Estado de Minas Gerais(cartilha)
Reforma da Previdência dos servidores do Estado de Minas Gerais (vídeo)
Aposentadoria especial do médico antes e depois da reforma da Previdência
Aposentadoria servidor público que trabalha exposto a agentes insalubres
O I Encontro Estadual traz uma linguagem comum dos representantes das entidades de saúde e representa um avanço, quando se trata da saúde do trabalhador da saúde e esperam que o trabalho seja digno, reconhecido e valorizado pelas gestões.
Para acessar o evento na íntegra, clique aqui
Confira abaixo algumas palestras disponibilizadas no evento