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Norma Morais Tresinari, pediatra e médica de família na UBS Tijuca, fala sobre o enfrentamento da COVID-19 em Contagem. Segundo ela, o município tem praticado o isolamento social, com o fechamento do comércio, desde março, mas a falta de testes tem sido um dos problemas. Com o aumento do número de casos existe, também, o receio de sobrecarga nos CTIs. Sobre a atuação do sindicato, destaca o canal de denúncias. Veja o depoimento completo:
“A Prefeitura de Contagem determinou que as unidades básicas de saúde cancelassem os seus programas e consultas eletivas, e dessem prioridade para os pacientes com queixas respiratórias. Então, hoje, as equipes estão divididas em queixas respiratórias e queixas não respiratórias, atendendo prioritariamente os casos suspeitos de COVID, além de manterem o atendimento a hipertensos, diabéticos agudizados, pré-natal e assistência ao recém-nascido.
De certa forma estamos funcionando bem, com estrutura e organização, sem problemas de falta de EPIs, mas vemos que hoje o cenário mudou com um aumento substancial do quadros respiratórios e casos confirmados da COVID, assim como vem ocorrendo em outros municípios. Contagem tem hoje (16/julho) 30 mil casos notificados, sendo 2 mil confirmados e a marca de 102 óbitos pelo vírus.
Para enfrentamento da pandemia, a estratégia adotada pelo município foi, desde março, o isolamento social e fechamento do comércio, o que tem sido fundamental para diminuir a aglomeração e conseguir reduzir o número de casos. Destaco como maior problema nesse enfrentamento, a falta de testes. A princípio, só os grupos de risco estavam sendo testados. Com isso o número de casos confirmados ficou subestimado.
Hoje, já existe uma nova recomendação da Secretaria de Saúde do município – que deve ser adotada ainda esta semana – para que sejam testados todos os casos respiratórios sintomáticos que derem entrada na unidade, o que vai permitir melhorar essas notificações e a estratégia de enfrentamento.
Sobre o atendimento aos pacientes graves e críticos portadores da COVID, a demanda no hospital municipal ainda está sob controle, com leitos, CTIs e respiradores disponíveis, mas sabemos que estamos no auge da pandemia e que, com os números aumentando a cada dia, a situação pode ficar delicada.
Considero que estamos bem amparados pelo sindicato, que tem atuado bastante na questão dos EPIs, tão importante para a proteção do médico, inclusive reforçando os canais de denúncia. Sabemos que o sindicato está pronto para nos amparar e proteger quando precisarmos.”