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Publicado em 14 de março/22.
O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais realizou no último dia 9 de março Assembleia Geral Extraordinária com médicos efetivos e contratados do Hospital Infantil João Paulo II. Os médicos estão muito insatisfeitos e preocupados com a piora das condições de trabalho e a perda de profissionais por baixas remunerações, justamente em um período crítico, de aumento de demanda por atendimentos devido ao pico de doenças respiratórias.
Segundo o diretor de Mobilizações do Sinmed-MG, Cristiano Maciel, os problemas envolvem também a questão da remuneração, situação que piorou agora com o corte do Adicional Covid. Estudo encomendado pelo Sinmed-MG ao DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostrou que os servidores do Estado estão com uma defasagem salarial de 51%, desde o último reajuste de 2014. Além disso, com a reforma da previdência, a alíquota de contribuição passou de 11% para 16%, onerando ainda mais a categoria. Os médicos foram informados que, até o momento, o governo Zema sinalizou um reajuste linear de 10% para todas as categorias, sendo que para a saúde será mantida a ajuda de custo com reajuste de 20%.
As escalas incompletas são outro problema seríssimo e que precisa de solução imediata. Os médicos presentes informaram que os plantões do pronto atendimento são os mais desfalcados: “É muito difícil para quem está na gestão do hospital e para os médicos que ficam sobrecarregados, gerando muitos atestados por síndrome gripal e outros quadros pela situação de estresse”. Segundo o Sinmed-MG, a questão tem sido um tema prioritário nas discussões com o gestor e nos diversos fóruns da saúde.
Foi lembrado que, como resultado da ação do Sinmed-MG, o Hospital João Paulo II foi o único da Fhemig que realizou um concurso nos últimos anos (2015), oferecendo 45 vagas. O diretor explicou que, por atuação do jurídico do Sinmed-MG, o concurso, que venceria em 2017, foi estendido (prazo termina mês que vem). Disse que a Fhemig já chamou até o número 150, mas houve exonerações, aposentadorias no período etc e que ela pode chamar até o número 200 (total de aprovados), e que de imediato têm 11 vagas para serem chamadas.
Explicou: “O déficit é de 25 médicos. Então, o nosso pleito é que a Fhemig chame imediatamente esses 11 do concurso e que sejam reconhecidas as outras 14 vagas para que tenhamos a equipe completa. Até lá, os contatos emergenciais precisam ser mantidos, sob risco de fechamento do hospital e desassistência à população neste período crítico, uma vez que a Fhemig não deu garantias de manutenção dos contratos emergenciais”.
Sobre a questão da infraestrutura, informou que o Estado já tem os recursos para finalizar o novo hospital em construção, e que prometeu fazê-lo em breve, mas sem falar o prazo.
Ao final do encontro, os médicos deliberaram por uma nova assembleia dia 23 de março, com indicativo de paralisação, caso o retorno do governo continue não atendendo as demandas da categoria.
No ofício a ser enviado para a Fhemig serão apontados como principais reivindicações: remuneração (reajuste, aumento do adicional de urgência, aumento dos valores do plantão, equiparação aos médicos do Hospital Pronto Socorro João XXIII); urgência na melhoria da estrutura física; e recomposição imediata das escalas segundo parametrização e dimensionamento apresentado pela diretoria clínica do hospital.