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Por Ricardo Hernane Lacerda G. de Oliveira, diretor Jurídico Institucional do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) e presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-MG)
Nós, médicos, temos visto nossa profissão ser, a cada dia, vilipendiada e massacrada em todos os níveis. Os governos, em todas as esferas, com gestores incompetentes e mal preparados, querem atribuir seus erros crassos aos médicos.
Alguns “cidadãos”, arvorando-se em “defensores da sociedade” e julgando-se no “direito/dever” de invadir serviços de saúde, estão “caçando” maus profissionais. Não são sequer capazes de se olhar no espelho e ver o que são na realidade. Muitos “políticos” estão construindo suas carreiras literalmente criando fantasias para seus devaneios políticos, colocando o médico e demais profissionais de saúde como vilões de suas narrativas.
Uma mea culpa devemos, nós médicos, fazer. Existem profissionais que não praticam a Medicina com orgulho e respeito, mas são a minoria da minoria. No entanto, são estes os enaltecidos por esta corja de “pseudojusticeiros” que vangloriam suas existências por conta daqueles.
Recentemente, uma colega sofreu assédio grave dentro da unidade de saúde por um indivíduo que se identifica como líder comunitário. A colega apresentou parada cardiorrespiratória após reunião com entidades médicas que buscavam trazer-lhe apoio. A médica morreu alguns dias após. Uma situação trágica.
Entretanto, seu calvário mostra as condições de trabalho do médico e, mais do que nunca, devemos lutar por melhorar estas condições.
O prefeito de Belo Horizonte afirmou em entrevista que vai retirar as proteções das unidades de saúde, atualmente promovidas pela Guarda Municipal. Ora, se a segurança pública está sendo retirada, o município deve, então, arcar com segurança privada – segurança para pacientes e para funcionários das unidades. É um preceito constitucional com o qual a prefeitura tem o dever de arcar. Mas mais que garantir a segurança de todos – pacientes, familiares, funcionários – o estado tem a obrigação, neste caso, de investigar quem era este líder e quem autorizou sua entrada e permanência na unidade, e reprimir que tal fato ocorra novamente.
Os responsáveis – políticos e funcionários – que permitiram que indivíduos sem competência legal adentrassem e molestassem trabalhadores devem responder por seus atos.