Médicos vinculados ao Centro Psíquico da Infância e Adolescência (CEPAI), sob a gestão atual da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) participaram de reunião, dia 15 de junho, para discutir os impactos do processo de municipalização do centro psíquico que passará a ser gerido pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH).

O encontro foi promovido pelo Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) via videoconferência e contou com a participação do diretor de Residência Médica, Thales Pimenta, e do diretor de Mobilização, Cristiano Maciel.

O processo de municipalização da saúde mental já vem sendo desenvolvido há algum tempo, em Belo Horizonte. Para os médicos presentes na reunião, a ausência de informações, somada a sinais dúbios por parte das gestões estadual e municipal, levantam o medo de impactos graves para a assistência à saúde mental da população na capital e no interior.

Além disso, segundo a categoria, o risco de comprometimento da qualidade da residência médica da subespecialidade é muito grande, uma vez a instituição responde por cerca de 75% das vagas de residência médica em psiquiatria da infância e da adolescência em Minas Gerais, uma subespecialidade rara não só em Minas, como no Brasil inteiro. “Hoje, o CEPAI é referência nacional em psiquiatria infantil. A perda não será apenas para Minas Gerais, mas para o país inteiro”, alertam.

Além de transparência no processo de municipalização do CEPAI, os médicos cobram da gestão a participação de representantes do corpo clínico do centro psíquico e do Sinmed-MG no processo de transição, bem como expressam preocupação em relação ao funcionamento do plantão 24 horas no serviço médico e do ambulatório, a disponibilidade farmacológica para os pacientes, a autonomia do profissional, entre outras questões, as quais não foram, até o momento, devidamente esclarecidas pelas gestões.