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O Programa “Palavra Aberta” da Rádio Itatiaia trouxe como tema, no último sábado, 23 de julho, a situação da pediatria na capital mineira e demais cidades do estado. Para falar sobre o assunto, o diretor de Relação com Acadêmicos, Fernando Mendonça, foi um dos debatedores.
Dentre os assuntos em pauta. a crise na estrutura de atendimento médico, principalmente para crianças na Grande BH que se agravou com o anúncio do fechamento da ala pediátrica do Hospital São Lucas, que é ligado à Santa Casa enas últimas semanas de caos em centros de saúde e UPAs da capital e parte da Região Metropolitana.
Fernando Mendonça destaca “chegamos a esse estágio em relação ao atendimento, por que tanta demora, porque tanto desespero das famílias para conseguir uma consulta? Sete, oito horas na fila nos postos de saúde. Uma crise grave e antiga. Essa é uma grave crise antiga. Em 2019, passamos pela mesma situação. Agora o que é pior é que essa situação de falta de atendimento, ela vem piorando. Em Belo Horizonte, por exemplo, há dez anos atrás tínhamos sete UPAs, todos funcionando vinte e quatro horas, incluindo com pediatras de plantão. Atualmente, no final de semana uma, duas no máximo três unidades atendendo com escalas incompletas. Isso reforça esse quadro grave na saúde”.
O diretor e pediatra reforça sua experiência como profissional da pediatria. “Eu trabalhei na UPA durante 18 anos e a a escala mínima eram três pediatras por plantão. Hoje, os gestores não se preocupem mais em colocar o número adequado de profissionais que deveria ser de três a quatro e ai as escalas incompletas tornam-se fatores que reforçam essa grave crise.
Ele fala da falta de planejamento por parte da gestão, já que não se consegue médico da noite para o dia, e também da sobrecarga dos profissionais. “ Nas UPAs não foi nem pela remuneração. Foi pela falta total de condição de trabalho, porque a gente teve mais de quinze pediatras que pediram demissão na UPA Norte e outros nas UPAs Leste e Nordeste.
Ele reforça que esse pedido coletivo não foi planejado e o Sinmed-MG previu pois profissional não consegue trabalhar sem condições adequadas para seu atendimento. Então o que estava acontecendo: o colega chega ao final do plantão depois de 12 horas atendendo mais de 40 pacientes mas sem ninguém para passar o plantão. Porquê? Porque a escala estava incompleta e não é porque não existe pediatra mas sim falta de planejamento e estrutura para manter profissionais aí.
O debate traz outros importantes repercussões sobre a situação da pediatria. Ouça abaixo