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Publicado em 6 de outubro/2023.
Uma reflexão do Sinmed-MG sobre a necessidade urgente de política pública de qualidade para promoção de saúde e não à abertura indiscriminada de escolas médicas
No dia 4 de outubro de 2023 a sociedade brasileira foi surpreendida com o anúncio de edital pelo governo federal para abertura de mais 5.700 vagas em mais 95 faculdades de Medicina.
Com isso, o Brasil vai se tornar o país com maior número de cursos de medicina, repetindo a fórmula de sucessivos governos que tem jogado nas costas da categoria médica a culpa do passado inglório da assistência à saúde dos brasileiros, bem como a responsabilidade pelo alcance do pleno direito à Saúde – inequívoca responsabilidade do Estado.
Ao mesmo tempo, o mesmo governo faz manobras legislativas para reduzir o parco orçamento do SUS, enquanto pouco diz sobre os regimes de contratação precários; sobre a remuneração pouco atrativa (e os calotes constantes): sobre condições aviltantes de trabalho e assistência (pouco adianta o diagnóstico para o paciente que morrerá na fila a espera de tratamento especializado); sobre gestões terceirizadas que burlam a responsabilidade fiscal, gastam o dobro e entregam a metade, garantindo que grasse o clientelismo e o assédio; sobre a falta de políticas públicas para fixação de bons profissionais e de qualificação contínua da força de trabalho no SUS, ofertando qualidade e perenidade de atenção à população.
A medida anunciada, sob o véu das boas intenções, segue favorecendo o empresariado da educação que explora professores e seduz jovens para ingressarem endividados em um mercado de trabalho precarizado pela pejotização.
O Sinmed-MG não se furtará a denunciar as cortinas de fumaça que se erguem sobre a precarização dos serviços públicos e as más condições laborais em prol de ganhos políticos e favorecimento de interesses econômicos pouco republicanos.
O que o Brasil espera de seus governos são políticas públicas que promovam mais saúde da população, não de donos de escolas.