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    O colapso da saúde: a gravidade da pandemia e a negligência dos gestores deixa a população à mercê da doença

    Publicado em 1 de março/2021

    Em nota abaixo, nossa entidade pronuncia-se e apela às autoridades públicas que se ocupem do seu devido papel, com responsabilidade.

    Fevereiro de 2021: mais de um ano se passou desde que foram registrados os primeiros casos de Covid-19 no Brasil. Hoje, nos deparamos com dados estatísticos absurdos e críticos mostrando que o colapso se instalou na saúde e mantemos a média móvel acima de mil mortos desde 21 de janeiro; período mais longo registrado.

    Diariamente chegam-nos mais informações desoladoras: falta de leitos em todo o país, novas cepas do vírus com maior transmissibilidade e suspeitas de maior letalidade e resistência às vacina, aumento das mortes entre os profissionais da saúde. Tudo isso, aliado à negligência e à incapacidade dos gestores em tentar reverter esse quadro tão caótico.

    A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma das entidades mais respeitadas no Brasil e no mundo EM doenças infecciosas, apresentou um documento mostrando que “o Brasil vive o pior momento da pandemia da Covid-19 desde o primeiro caso de infecção registrado no país há um ano. Ele se baseia na alta das taxas de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em todo o Brasil, visto que o índice atinge 80% ou mais em 17 estados do país e acima de 90% em oito estados.

    Em Minas Gerais, o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde neste domingo, 28/2/2021, mostrou o maior número de mortes para este dia da semana, com 134 notificações de óbitos nas últimas 24h. Belo Horizonte é o município com mais casos confirmados e óbitos registrados: 109.269 e 2.742, respectivamente.

    E para agravar ainda mais, a capital está sobrecarregada com a vinda de pacientes do interior, o que contribui para aumentar ainda mais a ocupação de leitos em Belo Horizonte. Em decorrência do aumento de casos e desse quadro, a capital está com os três indicadores da Covid-19 monitorados pela prefeitura em alerta amarelo.

    O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais lamenta profundamente esse triste momento no qual a saúde se encontra, trazendo sérios prejuízos à população e aos profissionais da saúde.  O colapso da saúde já está instalado em todo o país. Nossas esperanças não acabaram mas não houve avanços significativos para que se evitasse o caos, com destaque para a gestão pública desastrosa.

    Causa-nos indignação a impostura do governo federal no processo de enfrentamento da doença ao contrariar a ciência, desestimular o uso de máscaras e de medidas restritivas, usar afirmativas de que a falta de leitos já existia antes da pandemia ou atribuir sua responsabilidade a outros.

    Em nível estadual, o mal planejamento e o desperdício de recursos no Hospital de Campanha se contrapõe cinicamente à péssima infraestrutura da Rede Fhemig. A dificuldade em repor as escalas e o pequeno alcance do Adicional Covid para os trabalhadores foram alvo de reiteradas críticas do Sinmed-MG.

    Não bastasse tudo isso, o governador iniciou o processo de terceirização da gestão dos serviços da Fhemig em meio ao caos. Um tema sensível, com vários relatos de desvios e falta de transparência pelo país, fica privado do devido debate.

    Nos municípios, a falta de estímulos aos profissionais com abertura de concursos públicos para composição adequada da equipes, plano de carreira ou programas de educação continuada já se tornou regras há vários anos. Acrescente-se a isso, a omissão generalizada de todos os prefeitos em implantar o Adicional Covid, previsto na Lei Federal 173/2020.

    Em todos os níveis de governo, assistimos ainda a deslealdade em implantar uma grande Reforma da Previdência Social em meio à crise sanitária, sem possibilidades de discussão e mobilização, sacrificando ainda mais os trabalhadores com a consciência de que não poderiam reagir durante a pandemia.

    A vacinação surgiu como uma esperança para todos nós brasileiros; entretanto ela acontece de forma muito lenta e desorganizada. Pesquisa divulgada em meados de fevereiro mostrou que o Brasil ocupa a 61ª posição num grupo de 86 países no ranking mundial de vacinas por 100 habitantes, segundo dados do “Our World In Data”, que compila as informações sobre a Covid-19 de todo o mundo. Um dado absurdo ao considerarmos que o país sempre se destacou pelo sistema de vacinação capaz de aplicar milhões de doses num único dia. Já existe consenso de que não houve planejamento adequado para prover as doses necessárias e de que o Ministério da Ssaúde, apesar da sua história, tem atuado de forma lenta e desorganizada.

    Desde o início da pandemia, o Sinmed-MG como entidade que luta pela categoria médica e pela assistência à saúde da população, tem se esforçado para mostrar a necessidade de gerir melhor a situação para evitar chegar a tal ponto preocupante, assolador e triste.
    Foram várias as ações jurídicas do Sinmed-MG junto ao governo do estado, às prefeituras e ao Ministério Público ou por meio de ações educativas para a população.