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Sindicato solicita, com urgência, reunião com secretário de saúde para falar sobre a saúde no município e dos reflexos para os profissionais.
Publicado em 25 de janeiro/22.
PBH responde notificação do Sinmed-MG sem apresentar as soluções emergenciais que o atual cenário da saúde impõe à população e aos médicos
Sindicato solicita, com urgência, reunião com secretário de saúde para tratar do atual cenário da saúde em Belo Horizonte e seus reflexos junto aos profissionais da saúde
O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais considera “vagos e “insuficientes” os esclarecimentos enviados pela Prefeitura em resposta à Notificação Extrajudicial encaminhada pelo Sinmed-MG, dia 14 de janeiro. A notificação foi pautada na necessidade de médicos nos serviços de urgência e emergência do Município em razão da sobrecarga de demandas na saúde pública, causada pelo surto do vírus influenza H3N2 e pela reagudização da pandemia de Covid-19.
Insatisfeitos com a resposta da PBH, o sindicato enviou oficialmente nesta segunda, 24 de janeiro, um ofício ao Secretário Municipal de Saúde, Jackson Pinto, pedindo agendamento de uma reunião presencial, em caráter de urgência, para tratativas acerca do atual cenário da saúde em Belo Horizonte e seus reflexos junto aos profissionais.
O que a PBH respondeu?
Diante do cenário catastrófico das unidades de saúde, o sindicato requereu na referida notificação a convocação de todos os médicos aprovados no último concurso público; a melhoria na remuneração dos profissionais médicos, ao menos o reajuste dos vencimentos considerando a perda inflacionária dos últimos anos e que sejam contratados mais profissionais para atender a demanda decorrente da epidemia de gripe e pandemia de Covid-19.
No ofício-resposta a Prefeitura alega que a nomeação dos aprovados do concurso depende do exaurimento dos prazos previstos no edital: “Considerando as próximas etapas a previsão de homologação do certame é no final de janeiro, e as nomeações a partir de fevereiro 2022”.
Segundo o presidente do Sinmed-MG, Jordani Campos Machado, na Notificação Extrajudicial o sindicato manifesta-se no mesmo sentido, solicitando, no entanto, celeridade nos processos previstos no edital diante da situação dramática dos serviços de saúde municipais – grandes filas de espera e escalas desfalcadas.
Respondendo à reivindicação do Sinmed-MG para que “além dos concursados sejam contratados médicos em caráter emergencial de modo a ampliar os recursos humanos para enfrentamento da pandemia”, a Prefeitura informa que contratou, no período de 24/12/21 até 18/1/22, 266 médicos. Segundo a Prefeitura, entre dezembro e a primeira semana de janeiro/2022 foram registrados 59 afastamentos de médicos, lotados em Centros de Saúde, UPAs e Samu. O documento informa também que, no momento, a secretaria registra demanda de 530 vagas em aberto para médicos.
O ofício-resposta diz ainda que em dezembro o banco de currículos da Prefeitura contava com 40 profissionais cadastrados para a categoria médicos generalistas e 200 de diversas especialidades, sendo que metade desses não compõem o quadro de RH da SMSA.
Além do sindicato reiterar a importância de acelerar o processo de nomeação dos médicos concursados, fica a pergunta: por que os médicos não respondem ao chamado da Prefeitura? Não faltam profissionais no mercado. Para nós, a resposta é óbvia e passa por salários defasados e descontextualizados, vínculos precários, falta de incentivos, de valorização profissional, de condições de trabalho, escalas desfalcadas, sobrecarga de trabalho, superlotação, ameaças físicas e psicológicas. Enquanto essas “ameaças” não acabarem vai ficar difícil atrair profissionais para a saúde pública em Belo Horizonte.
Além disso, municípios vizinhos tem oferecido condições mais favoráveis para os médicos, entre elas o abono COVID, que a PBH insiste em não conceder.
“A solução desses problemas, o mais urgente possível, sem protelações e desculpas, é o que o Sinmed-MG espera da Prefeitura. A saúde não pode esperar. O papel social do Sinmed–MG, durante a pandemia e a qualquer tempo, será sempre o de atuar firmemente pela melhor assistência à população e pelas condições adequadas de trabalho para os profissionais que se colocam na linha de frente, arriscando sua própria saúde”, afirma o presidente do sindicato, Jordani Campos Machado.