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PEC 32: se não aprimorar, danos para a saúde serão irreparáveis.
Publicado em 6 de agosto/2021.
Uma coisa é certa: a PEC 32, que trata da Reforma Administrativa, precisa ser aprimorada. Da forma como está, os danos para a saúde pública e os servidores médicos serão irreparáveis.
Desde que o assunto entrou na pauta do Congresso Nacional, o Sinmed-MG não tem medido esforços para alertar sobre esses riscos, em visitas a parlamentares, publicação de material informativo, vídeos e, mais recentemente, com a realização, dia 5 de agosto, de seminário virtual sobre a PEC 32.
O seminário foi uma oportunidade ímpar de trazer à tona temas de grande relevância abordados por um seleto grupo de convidados. Foram palestrantes: Cristina Andrade Melo, procuradora do Ministério Público de Contas de MG, bacharel em Direito e mestre em Direito Administrativo ; e Mariana Lobato, sócia da Braga Lobato, especialista em Direito Público, membro da Comissão de Direito Médico da OAB, assessora Jurídica do Sinmed-MG.
Em seguida, foram conclamados a comentar o tema, o que fizeram com grande pertinência e conhecimento: Gutemberg Fialho, advogado e presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam); Lincoln Portela, deputado federal pelo PL-MG, membro da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público e membro titular da Comissão Especial da PEC 32; e Rogério Correia, deputado federal pelo PT-MG, vice-líder do PT na Câmara dos Deputados, coordenador da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público e membro titular da Comissão Especial da PEC 32. O evento teve como mediador o diretor Jurídico Associativo do sindicato, Marconi de Moura.
“ABRIR PORTAS PARA O DIÁLOGO NA CONSTRUÇÃO DE UMA REFORMA ADMINISTRATIVA JUSTA, ABRANGENTE E TECNICAMENTE ROBUSTA”
Ao abrir o seminário, Jordani Machado, diretor- presidente Sinmed-MG, ressaltou que o objetivo do evento era trazer para a luz dos esclarecimentos jurídicos um tema que tem sido tão discutido na atualidade : “ A PEC 32 proposta pelo governo representa grande alteração nas regras do funcionalismo, e a partir da sua promulgação poderá gerar um efeito dominó em todos os entes federativos”.
Destacou que aprimorar a estrutura do Estado e os serviços prestados á população é sempre necessário, mas que a reforma proposta não apresenta medidas efetivas para atingir esses objetivos, além de trazer novos problemas.
Como novo presidente do Sinmed-MG (Gestão 2021/2025), Jordani Machado reforçou o compromisso do sindicato em atuar cada vez mais para que os direitos dos servidores públicos sejam respeitados, o que inclui a abertura de diálogo com os governos e parlamentares: “Esperamos o nosso momento de fala no parlamento, senhores deputados. O comprometimento das entidades médicas mineiras é por um serviço público da maior qualidade possível e com a valorização profissional adequada, que possa atrair profissionais de excelência para a prestação dessas atividades”.
Ao final, disse “esperar que o evento possa unir forças e ajudar a buscar estratégias que possam abrir portas para o diálogo e a participação das entidades representativas na construção de uma reforma administrativa justa, abrangente e tecnicamente robusta”.
Após elogiar a iniciativa do seminário, encabeçada pelo Sinmed-MG, Cláudia Navarro, 1ª vice-presidente do CRM-MG, afirmou que o objetivo maior das três entidades é a melhora da assistência à saúde e que “as alterações em relação ao servidor público vão acabar caindo em cima da assistência “.
E deixou um recado: “Esse momento é propício para avaliar quem são nossos parlamentares, uma preocupação que deve começar na hora do voto, na escolha de quem está do nosso lado, do lado da saúde”, afirmou.
Completando a frase da representante do CRM-MG, Lincoln Lopes Ferreira, diretor de Assuntos do Interior, da Associação Médica de Minas Gerais, e atual presidente da Associação Médica Brasileira, disse que “ mais do que buscar quem está do nosso lado, é importante construir a nossa representação. Por mais elementos, por mais fundamentos que possamos apresentar, acabamos sendo tragados, na intensas forças que giram no Congresso. O nível de pressão é muito grande”.
Segundo Lincoln Lopes, a PEC 32 visa um aperfeiçoamento da atividade do servidor público, mas “falta colocar que essa questão do aperfeiçoamento traz enormes riscos, entre eles a precarização e a dificuldade da implantação de carreiras. É através do nosso trabalho em conjunto que passaremos a ter mais voz , se não construirmos a nossa representação não teremos realmente chances”, avaliou.