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Publicado em 12 de agosto/2021.
Desumana. Essa foi a palavra usada por vários psiquiatras ontem, dia 11 agosto, para descrever a situação dos profissionais que atuam no sistema de saúde mental em Belo Horizonte, durante a reunião virtual promovida pelo Sindicato dos Médicos de Minas Gerais. Participaram psiquiatras das unidades de Saúde e Cersams (Centros de Referência em Saúde Mental).
O diretor de Formação Sindical e Filiação, André Christiano dos Santos, iniciou a reunião dizendo que o objetivo era fazer uma discussão junto aos psiquiatras da rede sobre os serviços de saúde mental no município e elaborar uma pauta especifica de reivindicação para encaminhar à Prefeitura. Informou que no dia anterior, 10 de agosto, o Sinmed-MG realizou uma assembleia geral extraordinária com os médicos da PBH para construção da pauta da campanha 2021, com um cunho mais econômico. Um dos itens, segundo ele, foi a proposta de isonomia no vencimento dos psiquiatras que atuam na atenção primária com os que atuam nos Cersams.
O diretor destacou que a valorização dos profissionais da saúde mental é uma pauta antiga do sindicato, e que esse era um bom momento para colocar novamente essa questão para os gestores. “Vamos aproveitar que o assunto está fervilhando e fazer uma reunião positiva, com propostas positivas. Não dá para camuflar as coisas como a prefeitura tem feito e precarizar o serviço”, disse o diretor de Pesquisas e Projetos do Sinmed-MG, Artur Oliveira Mendes.
O diretor de Mobilização, Cristiano Maciel, também se manifestou, dizendo que a secretaria de saúde reconheceu que existem vários problemas : “É uma premissa do sindicato lutar pela saúde, pelo servidor, pelo médico, independente da ideologia de cada um. Temos que evitar a polarização e aproveitar esse momento para discutir o problema, e essa reunião é um catalisador”.
Os médicos apontaram vários problemas relacionados à falta de estrutura e principalmente equipes incompletas tanto na atenção básica como nos Cersams, necessidades de melhorias no atendimento noturno, entre outros, situação que se agrava com o êxito cada vez maior de psiquiatras da rede, principalmente devido aos baixos salários: “A situação é critica, e o sindicato vai ser uma entidade importante para colocar isso em cena, e fazer uma discussão sobre a saúde mental”, disseram.
Durante toda a reunião, no entanto, eles defenderam a reforma psiquiátrica brasileira, que trouxe inegáveis avanços e é modelo para todo o mundo, fruto da luta do movimento antimanicomial.
ESTRUTURA SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL PBH
O município conta com oito Centros de Referência em Saúde Mental (CERSAM) e cinco Centros de Referência em Saúde Mental – Álcool e outras Drogas (CERSAM-AD). No que se refere ao atendimento em saúde mental para crianças e adolescentes, são três centros especializados (CERSAMIs). Ainda integram a Rede de Atenção Psicossocial 33 residências terapêuticas, 4 consultórios de rua e 2 Unidades de Acolhimento Transitório Adulto e Infanto-juvenil, além de nove centros de convivência e os 152 Centros de Saúde.